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Fórmula 1 – A decadência da Williams.

A Williams é uma das equipes mais míticas da F1. O seu fundador inspirou muitos com a sua força e quem já teve a oportunidade de ver o documentário sobre a Williams entende facilmente que Sir Frank não será por certo o melhor chefe de equipe que passou na F1, mas certamente o mais tenaz. É uma lição para todos, que mostra que a fórmula, 1% de talento 99% de trabalho e dedicação funciona até num mundo cruel como o da F1.

A Williams viveu os seus anos de ouro nos anos 80 e 90 e até 2004 era uma das equipes mais fortes do plantel. A partir de 2005 os resultados começaram a piorar e de 2005 a 2013 não ficaram uma única vez no Top 3 final. Em 2014 com a entrada em vigor dos novos regulamentos o cenário mudou de figura e a Williams apresentou-se competitiva, muito graças também ao motor Mercedes (o que não justifica tudo, pois em 2014 a McLaren usou motores germânicos e ficou em quinto).

Em 2015 voltou a ser um ano positivo, com um novo terceiro lugar conquistado mas em 2016 a equipe perdeu novamente fulgor, caindo para quinto no final da temporada, suplantada pela Force India. 2017 esta sendo ainda pior e a equipe tem neste momento apenas 66 pontos, contra os 147 da Force India.

O que estará na raiz deste abaixamento de forma? O motor não será certamente pois a equipe continua a ser fornecida pela Mercedes que se mantêm como a melhor opção ao nível das motorizações. O problema parece residir na aerodinâmica do carro.

Claire Williams foi clara no ano passado quando afirmou que o chassis desse ano não produzia o apoio aerodinâmico desejado. O FW39 parece uma versão adaptada do antecessor aos regulamentos de 2017, tendo sido o carro que menos soluções inovadoras apresentou no início da temporada e o que menos evoluiu durante o ano. Felipe Massa queixou-se do ritmo de desenvolvimento do carro e admitiu que apenas em 2014 as evoluções foram chegando a um ritmo ‘saudável’. Nos restantes anos as evoluções foram poucas, algo tardias e nem sempre com os resultados que se desejariam. Este ano novamente não se esperam melhorias uma vez que o foco está já em 2018.

Em 2014 a equipe reforçou o seu departamento de aerodinâmica com dois engenheiros (um da Red Bull e outro da Lotus F1, equipes que provavelmente produziam os chassis mais competitivos da temporada) numa evidência clara que a equipe precisava melhorar nesse aspeto. Mas de 2014 em diante os Williams sempre ficaram conhecidos por preferirem retas, e os resultados sempre foram tendencialmente melhores em pistas cuja exigência na aerodinâmica eram menores, uma fórmula que resultou bem em 2014 muito também pela dificuldades que os teóricos candidatos aos lugares do pódio enfrentavam.

A baixa de rendimento tem sido gradual e Paddy Lowe tem um grande desafio pela frente. Não parece que seja falta de talento nos departamentos técnicos mas o fato é que a Williams não tem produzido chassis capazes de lutar por mais que o 4º/5º lugar e foram ultrapassados pela Force India. que apresenta de forma regular soluções interessantes e inovadoras.

Outro fator que estará na gênese do abaixamento abrupto em 2017 será os pilotos. Lance Stroll é definitivamente um piloto ainda ‘verde’, que cometeu muitos erros no início do ano mas que tem evoluído bem, notando-se ainda a pouca experiência. Já Felipe Massa é dos mais experientes no grid mas este ano tem apresentado um rendimento abaixo do esperado e tem apenas dois pontos de vantagem sobre o seu colega de equipe. E a isso não será estranho a vontade da equipe em trocar de piloto (pelo menos as movimentações que têm sido feitas mostram isso).

O terceiro fator a ter em conta é a falta de orçamento. A Williams não se pode dar ao luxo de gastar como as equipes de topo e embora a marca Williams seja hoje em dia muito mais que F1, não é ainda capaz de criar as condições para ter orçamentos de topo.

2014 foi um ano que deixou os adeptos da F1 felizes. A Williams voltou e conseguiu se recuperar da saída de Patrick Head, uma peça fundamental na engrenagem da equipe até 2011, ano da sua saída. Claire Williams tem feito um trabalho muito bom, atraindo pessoas capazes como Symonds, Smedley e agora Lowe, tendo também conseguido convencer a Martini a retornar à F1.

Nesse ano fizeram 303 pontos mas a queda tem sido gradual e este ano dificilmente conseguirão chegar aos 138 do ano passado. Mais ainda, a Renault e a McLaren vão apresentar-se muito mais fortes e a Force India não deverá querer baixar o nível. 2018 será um ano importante para a equipe que precisa apresentar um chassis muito mais competitivo e uma dupla de pilotos que garanta pontos, sendo que Stroll está já garantido. Será a Williams capaz de voltar aos bons resultados?

Mais um indicativo que para a temporada 2018 muitas coisas tem que ser feitas e será que o piloto brasileiro continuará por mais uma temporada na categoria? Isso e muito mais você acompanha no portal da Veloxtv.

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