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Coluna da Sétima Arte – Tudo por dinheiro.

Uma comédia com o tom sarcástico do cinema inglês garante boas risadas

 

Texto: Eduardo Abbas

Fotos: H2O Filmes

 

É uma verdadeira veneração ao homem e seu órgão sexual. O brilhantismo na abertura do filme, que em momento algum pode ser considerado de cunho machista, dá o tom do que esta por vir em seus 93 minutos de duração. Trata-se de um tsunami de ações, emoções e situações que transformam o personagem central numa verdadeira caricatura de um homem à procura de sua identidade, mas que deve sempre passar pelo pênis.

 

Não tem baixaria, é fino e requintado, bem colocado em suas posições com relação ao mundo de hoje. A Recompensa (BBC Films / Isle of Man Film / Pinewood Pictures / Recorded Picture Company / H2O Filmes) é um filme que vai te fazer bem, que vale a pena ir ao cinema. Dom Hemingway (numa interpretação excelente e tendo um Jude Law completamente desfigurado) é um dos maiores arrombadores de cofres com um fusível solto, engraçado, profano e perigoso. De volta às ruas de Londres depois de doze anos na prisão, é hora de pegar o que ele lhe é de direito por ter mantido sua boca fechada. Viajando com o seu devoto melhor amigo Dickie (que o ator Richard E. Grant fornece como um suporte primoroso), Dom vai visitar seu chefe, o Sr. Fontaine (vivido por Demian Bichir, um ator americano, nascido no México e de descendência libanesa), no sul da França e reivindicar sua recompensa. Mas seu ego alimentado por bebidas e drogas decide que sua perda não pode ser substituída. Depois de um acidente de carro e uma femme fatale, Dom percebe que sua prioridade é se reconectar com sua filha Evelyn (interpretada pela ótima Emilia Clarke, mais conhecida pela série Game of Thrones). Mas Dom faz o que ele faz de melhor, estraga as coisas para todo mundo.

 

O roteiro e a direção são assinados pelo americano Richard Shepard (que também escreveu e dirigiu O Matador), da nova geração de diretores que exercem a dupla função que dado muito certo no cinema atual. Ele incorporou o estilo inglês de humor e sarcasmo, e produziu uma obra brilhante. Assim, dirigindo e escrevendo, fica muito mais fácil de corrigir eventuais equívocos no roteiro sem ferir o ego de nenhum escritor e ter a tranqüilidade de realizar sem a pressão de seguir o texto à risca. Sua mão está sempre em todas as ações, é uma condução segura e que faz com que os personagens assumam suas características sempre marcantes, tipo assim, não tem aquele tipo idiota nem o herói exagerado.

 

A finalização é o ponto chave. Bem editado e sonorizado, têm clipes de situações cômicas e momentos bucólicos, tem cortes “redondos” nos diálogos e não se perde em nenhum momento nos diversos takes feitos em cenas de tensão e ação. O personagem Dom não é exatamente o que gostaríamos para as nossas vidas, mas tem carisma e charme, torcemos para que as coisas dêem certo pra ele e que tudo se destine para um final feliz.

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A Recompensa é um filme adulto, único, mostra um lado tragicômico de alguém que, um dia na vida optou pela via mais fácil. A estréia no Brasil será no dia 15 de maio, vale muito a pena ir reservando a entrada e convidando seu par de longa data, a sua recompensa será das melhores.

A gente se encontra na semana que vem!

 

Beijos & queijos

 

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