EventosEventos corporativosFeirasNotícias

Qualidade de conteúdo marca simpósio de lubrificantes da AEA

A AEA – Associação Brasileira de Engenharia Automotiva promoveu ontem (21) o VII Simpósio Internacional de Lubrificantes, Aditivos e Fluidos, nesta edição com o tema “O Papel dos Lubrificantes nas Metas de Emissões e de Eficiência Energética do Inovar Auto”, e reuniu na oportunidade, palestrantes nacionais e internacionais, transformando o Milenium Centro de Convenções, em São Paulo/SP, em um verdadeiro palco informativo, com debate técnico de alto nível e a interação do público presente.

 

O simpósio da AEA se consolidou como um dos mais importantes eventos promovidos pela entidade. E esta edição ficou marcada pela qualidade de conteúdo no debate sobre a tendência desse setor e como os lubrificantes contribuem com a indústria, meio ambiente e eficiência energética.

 

A primeira apresentação “Tendências Globais e Desafios Locais que Impactarão a Evolução e a Competição do Mercado Brasileiro de Lubrificantes Acabados”, por Sergio Rebelo, diretor da Kline, abordou as perspectivas do mercado de lubrificantes em nível global frente aos principais direcionadores de consumo do mercado automotivo e os desafios e oportunidades que se apresentam para o negócio de lubrificantes no Brasil.

 

Rabelo explorou os fatores-críticos que deverão nortear a geração de valor num mercado com taxas de crescimento mais modestas do que no passado recente, maior acesso a recursos que antes eram limitados e diferenciais técnicos menos relevantes.

 

O Painel PCMO (Passenger Car Motor Oil) teve início com a palestra “Inovar-Auto”, ministrada pelo vice-presidente da ANFAVEA, Henry Joseph Jr., que apresentou um panorama geral do que se trata o Programa de Incentivo à Inovação Tecnológica e Adensamento da Cadeia Produtiva de Veículos Automotores. Adotado pelo Governo em 2012, tem como objetivo fortalecer a  cadeia nacional de fornecedores, inserir a indústria automobilística brasileira na rota da tecnologia global, por meio de investimentos em P&D, engenharia, capacitação tecnológica e produtos para exportação e introduzir a produção local de modelos com maior valor agregado, substituindo a importação.

 

Segundo Joseph Jr., o programa, que se estende até dia 31 dezembro de 2017, tem suas regras, abrange automóveis, comerciais leves, caminhões e ônibus e beneficia a empresa que voluntariamente se habilita ao programa, comprometendo-se a cumprir a todas as suas regras, a deduzir totalmente esse IPI adicional. A empresa que cumprir além do exigido pode reduzir ainda mais o imposto, sendo que a meta obrigatória é atingir aumento de eficiência energética em 12%.  

 

A apresentação do Painel PCMO “Economia de Combustível e Inovar-Auto” foi ministrada por Margareth Carvalho, gerente de Tecnologia da Infineum que demonstrou o papel significativo que os lubrificantes desempenham na redução de perdas por atrito e consequentemente o consumo de combustível bem como na proteção de desgaste do motor.

 

A gerente ainda demonstrou como os aditivos, a viscosidade de lubrificantes e o perfil viscométrico podem reduzir o consumo de combustível, além de manter a excelente proteção do motor por meio de um experimento realizado em um motor 1.4 a gasolina, ou seja, muito próximo a realidade brasileira.

 

“Apesar de toda a busca pelas reduções tivemos um aumento global de emissões de 2,5% em 2014”, informou Claudio Lopes, gerente de Vendas Brasil, Afton Chemical, em palestra “PCMO/Motor Eficiência Energética”. Com foco em economia de combustível e redução de emissão, Lopes falou sobre a combinação de injeção direta e o turbo em motores com pequena capacidade volumétrica. Ao comparar os motores 1.2 l e 2.0 l em rotações menores, o propulsor de menor cilindrada obteve potência similar ao de 2.0 l. “Porém, nosso grande desafio é eliminar a pré-ignição em baixas rotações e altas cargas”, comentou.  

 

Para ele, combustível e lubrificante precisam trabalhar de forma conjunta. “É preciso encontrar o lubrificante tecnologicamente avançado que trabalhe bem no turbo, no desgaste de válvulas, na economia de combustível, no controle de válvulas, corrosão e depósito, na manutenção da viscosidade e com a alta temperatura”, disse Lopes.

 

O controle de atrito no metal não é novidade para a indústria. O uso de modificadores de atrito em lubrificantes cresce com foco no aumento da eficiência de combustível do veículo e para redução das emissões.

 

Em palestra “Modificadores de Fricção de Alta Performance, Martin Curran, especialista de Mercado de Lubrificantes da Croda, demostrou como os modificadores de fricção, monoméricos e poliméricos convencionais, podem ser usados para influenciar e controlar a fricção em sistemas em que a superfície metálica é oposta por uma superfície não metálica, como por exemplo os materiais de embreagem. Para Curran, cada um dos contatos proporciona desafios únicos, o que pode ser controlado e manipulado por meio do uso dos modificadores de fricção.

 

A pesquisadora técnica da Oxiteno, Débora Rezende, em apresentação sobre “Coolant”, falou sobre as vantagens do sistema de arrefecimento, a importância da manutenção, como a checagem constante do nível do fluido e o uso do produto que atenda as especificações na Norma Vigente. Segundo Débora, a solução arrefecedora é de extrema importância para o veículo pois lubrifica a bomba da água, evita a formação de espuma, o aquecimento excessivo do motor e a corrosão e depósito de resíduos, é compatível com as mangueiras, vedações e outros componentes do sistema de arrefecimento, eleva a temperatura de ebulição e impossibilita o congelamento e consequentemente dano aos  radiadores e motores.

 

Painel Diesel – A redução do custo total por parte dos fabricantes de veículos comerciais é crucial, uma vez que é praticamente impossível repassar esses custos crescentes através de preços de frete, devido à intensa pressão competitiva. Em palestra “Economia de combustível usando lubrificante sintético em eixo de pesados”, Michel Costello, líder global de Tecnologia para Fluidos de Transmissão Manual da Basf, exibiu um estudo que tem demonstrado benefícios de economia de combustível em mais de 1%, gerando economia para a frota de cerca de 900 dólares por veiculo/ ano.

 

“Este estudo foi realizado para avaliar a melhoria nos benefícios de eficiência de combustível com os fluidos da próxima geração da Basf. E foi constatado que o lubrificante sintético 75W-90 pode melhorar em mais de 1%, e gerar economia de 230 litros de diesel por ano”, disse Harold.

 

O lubrificante de alta definição da próxima geração tem que enfrentar muitos desafios para trabalhar com eficiência sob estresse mais elevado, severas condições de operação e com graus de baixa viscosidade para atender às novas regras de economia de combustível, sem comprometer a durabilidade dos motores que estão cada vez mais complexos, além dos dispositivos de sistema de pós-tratamento.

 

Em apresentação “Desafios do Desempenho de Lubrificantes para Atender Exigências de Baixas Emissões da Nova Geração de Motores Pesados Diesel”, Ravi Tallamraju, gerente de Produto da Lubrizol, discutiu sobre alguns destes desafios e destacou o papel fundamental desempenhado pelas tecnologias de aditivos para atender as necessidades extremas de desempenho dos motores modernos a diesel de baixa emissão.

 

Normas de Emissões – O engenheiro de Desenvolvimento de Produto da Robert Bosch, Tiago Czelusniak, em palestra “Euro V e VI”, exibiu um overview das estratégias adotadas para o atendimento das normas vigentes e a evolução das tecnologias até chegar ao sistema de pós-tratamento utilizado no País atualmente para atender ao Proconve P7.

 

Já na palestra “Sistemas de pós-tratamento”, o gerente de Engenharia de Desenvolvimento Produto da MAN, Jeferson de Lima, discutiu sobre o impacto do combustível e do óleo lubrificante para cada tecnologia desenvolvida ao cumprimento dos limites de emissões definidos no programa Proconve P7, suas necessidades e comportamentos distintos.

 

O coordenador também considerou que os todas as tecnologias estão capacitadas para funcionar no Brasil desde que operadas com o combustível e lubrificantes adequados. A AEA encerrou suas atividades com a entrega Prêmio Melhor Trabalho e as Menções Honrosas do SIMEA 2014.

About Author

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *