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Helio Castroneves promove a estr?e?ia do sobrinho no kartismo.

Passados quase 30 anos desde o primeiro contato do pequeno Helinho com o kartismo, a família Castroneves voltou a viver a emoção de ver um dos seus membros com o brilho nos olhos e o coração acelerado, sensações já conhecidas para quem está descobrindo o mundo do motorsport. Sob a orientação do tio tricampeão da Indy 500 e a atenção dos pais Kati Castroneves e Eduardo Assola, Eduardo Castroneves Assola foi o centro das atenções nesta terça-feira ao acelerar, em Homestead, pela primeira vez um kart.

 

            Dudes, como é chamado o garoto de seis anos, estava agitado demais para dormir na noite anterior. Foi difícil convencê-lo de que um piloto precisa dormir bem para pilotar. A mesma história teve de ser repetida pela manhã, na casa da família Castroneves Assola, em Miami, no café da manhã. “Ué, você já não viu o seu tio tomando um ótimo café da manhã antes de ir para a pista? Então, agora você tem de fazer o mesmo!“, disse Kati Castroneves, relembrando ao filho uma coisa que seu irmão sempre repete: “O café da manhã é a mais importante e prazerosa refeição do dia“.

 

            Apesar da pouca idade, Dudes freqüenta os circuitos da Fórmula Indy desde os tempos de mamadeira, visto as funções de sua mãe como empresária do tio. É por isso que Dudes é muito conhecido no meio da IndyCar e sabe o nome de todos os pilotos, ou quase. “Quando a Danica saiu da Andretti e o Hinchcliffe entrou no lugar dela com o mesmo patrocinador, para o Dudes o novo piloto era o Danico“, relembra a mãe, rindo também ao revelar a maneira com a qual o filho identifica os patrocinadores aos pilotos. “Toda vez que a gente passa por um posto Shell ou Ipiranga, ele fala: ‘olha lá o posto do titio e o posto da Bia’“.

 

            Foi totalmente natural o pedido de Dudes para andar de kart, afinal, o principal assunto na sua casa, nas dos avós Helio e Sandra Castroneves e na do tio é o automobilismo. Por isso que os pais de Dudes não impediram que ele vivesse essa experiência, principalmente ao lado do tio de fama mundial. “Meu marido e eu resolvemos deixar porque ele estava muito ansioso. Além disso, ninguém melhor do que o Helinho para dar as orientações“.

 

Sob olhares de campeões

 

            Utilizando um chassi Mini da JC Karting, Dudes utilizou um macacão branco e um capacete preto. Já a bordo do kart preto e amarelo, sem número, o garoto recebeu diversas instruções não apenas de Helinho, mas também de Oswaldo Negri Junior, vencedor da “24 Horas de Daytona” (2012). No tão esperado momento de ir para a pista, foi escoltado pelo tio. Pilotando outro kart, Helio Castroneves esteve o tempo todo na pista, ao lado do sobrinho, não sem antes andar um pouco com o sobrinho em seu colo.

 

            No final, já se sentindo um pouco mais familiarizado com o “novo brinquedo”, percorreu algumas voltas novamente sob os olhares do tio, mas dessa vez dos boxes. O calor do verão na Flórida e o excesso de atividades, fez com que Dudes suasse bastante. Mas o cansaço não impediu que ele dessa a sua primeira declaração como piloto: “Foi legal!”.

 

            Esse “foi legal” foi a tradução de mais um momento engraçado – para os outros – nesse primeiro contato de Eduardo Castroneves Assola com o kart. Enquanto o pai tirava o seu capacete e o protetor de pescoço, Dudes reclamou que não queria parar. Sem querer sair do kart, disse: “Eu quero andar rápido, sozinho!“. Em meio as gargalhadas dos pilotos adultos que o orientavam, não adiantou o pai explicar que ele estava aprendendo. Contrariado, chorou. Só se convenceu quando Helinho disse que um piloto tem de treinar bastante, mas não tudo em um dia só. Precisou, contudo, a mãe se comprometera levá-lo proximamente para treinar.

Preparação para o futuro

 

            Mas apesar desse momento super feliz em família, já há regras claras em relação ao eventual futuro de Dudes como piloto. “A gente não pode forçar nada e ele é muito novinho para saber o que quer fazer. Mas se a gente sentir que ele realmente quer ser piloto, vai ter de ir muito bem na escola. Nada de fazer como o tio, que adorava faltar para treinar“, alfinetou Kati.

 

            “Outra coisa é certa. Por enquanto, o máximo que ele vai fazer é treinar. Nem pensar em participar de corrida tão cedo. Só daqui há alguns anos a gente vai pensar nisso“, disse mãe que, esperançosa, emendou: “Quem sabe até lá ele não resolve praticar outro esporte, né?“, completou a mãe, talvez desejando outro futuro para o filho, pelo fato de ter acompanhado, tão de perto, os sacrifícios do irmão e da família.

 

Caso Dudes se transforme no mais novo piloto da família, ele já tem declarado o apoio do avô, Helio Castroneve Senior, o principal responsável pela carreira do piloto do Team Penske. Quando perguntado recentemente, em uma entrevista, se faria pelo neto o mesmo que fez pelo filho, a resposta foi super objetiva: “Faria, não. Farei!“.

 

Já o tio, que se divertiu enormemente com a experiência, não quis falar em futuro, mas antecipou por experiência própria. “Já passei por isso e eu sei o que acontece. Agora a cabecinha dele vai ficar a mil por hora, pensando nesse dia. O que tiver de acontecer, vai acontecer. O importante é ele relacionar esse momento com alegria, não com cobrança ou pressão. Agora, uma coisa eu digo, se ele quiser ser piloto, to dentro!“, resumiu o tio coruja, que amanhã já viaja para as três corridas finais do 2014 Verizon IndyCar Series, no qual é o vice-líder e dos principais candidatos ao título.

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