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Fórmula 1 – Explicaremos em detalhes a união entre Jean Todt e Bernie Ecclestone contra as montadoras.

Jean Todt e Bernie Ecclestone estão cada vez mais próximos, depois de seis anos de relacionamento muito distante. A necessidade de retirar dos construtores o poder que detêm atualmente na Fórmula 1 está a levar o presidente da FIA e o responsável pela gestão comercial do Campeonato Mundial a tomarem posições em comum, agora que ambos estão de acordo que é necessário fazer algo de significativo para reduzir os custos de participação nos Grande Prêmios para as equipes médias e pequenas.

Segundo fontes inglesas, Max Mosley e Ecclestone engendraram um plano que o líder do Formula One Group apresentou a Todt na semana após o G.P. da Rússia, acabando por receber a concordância do francês. Face à recusa da Mercedes, Ferrari, Renault e Honda em baixarem consideravelmente o preço exigido pelo fornecimento das suas Unidades Motrizes às equipes não oficiais, como lhes tinha sido pedido por Todt na reunião em Genebra onde acordaram regras mais flexíveis para 2016, a FIA e o FOG vão propor que a partir de 2017 sejam admitidos nos Grande Prêmios motores biturbo V6 de 2,2 litros de capacidade, sem estarem limitados em consumo ou em fluxo de combustível – como os Ilmor que atualmente estão disponíveis na IndyCar, mas sem as restrições a que estão sujeitos no campeonato americano.

Ecclestone admitiu essa possibilidade em Austin, explicando que, “a FIA devera emitir um comunicado por estes dias a esse respeito. Ao fim e ao cabo as regras técnicas vão mesmo ser alteradas para 2017 e como a FIA e o detentor dos direitos comerciais (NDR. ele próprio…) têm seis votos cada no Grupo Estratégico e as equipas só têm seis votos no total, se por acaso a FIA e o detentor dos direitos comerciais estiverem de acordo, não faz diferença de que forma as equipas irão votar porque a moção será aprovada.”

É claro que a Ferrari tem direito de veto sobre alterações aos regulamentos, mas Ecclestone está a aproveitar ao máximo a queixa que a Sauber e a Force Índia apresentaram contra o Pacto de Concórdia junto da União Europeia e explicou que, “esse direito de veto podem não ser bem como todos pensávamos. A coisa é muito complicada, por isso teremos de ver na altura se é aplicável ou não.”

Segundo fontes próximas da FIA, o objetivo é ter esses novos motores disponíveis para as equipes com um custo máximo de seis milhões de Euros por temporada e é mesmo provável que a FIA abra concurso para um fornecedor único. Para Ecclestone, “no passado tínhamos quem corresse com motores turbo e quem ainda andasse de Cosworth, por isso termos motorizações diferenciadas não seria uma novidade.”

ESTRATÉGIA TÍPICA DE MOSLEY

Sendo claro que os novos motores seriam bem mais potentes que os atuais híbridos, por não estarem sujeitos a restrições de consumo e de fluxo de combustível, o fato de consumirem bastante mais gasolina que os V6 atuais poderia levar ao retorno dos reabastecimentos em 2017. Isso proporcionaria corridas bastante caóticas, com carros mais lentos que só trocariam de pneus contra monolugares mais rápidos, mas mais pesados e “gulosos”, havendo sempre a possibilidade dos quatro construtores atualmente envolvidos na Fórmula 1 se juntarem para processar a FIA e o FOG, pois veriam o enorme investimento que fizeram nos últimos anos seria atirado borda fora.

Mas também é claro que se os construtores aceitarem reduzir drasticamente o preço que exigem pelos seus atuais motores às equipes não oficiais, Jean Todt e  Bernie Ecclestone poderão, milagrosamente, abandonar o plano anunciado pelo inglês em Austin, numa estratégia que era muito típica na era de Max Mosley – este é o desfecho desta informação e o grande inspirador desta estranha e nada habitual aliança entre Ecclestone e Todt…

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