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Avaliação do Citröen C4 Lounge Exclusive – O Sedã com a esportividade e o prazer de dirigir unidos pela emoção.

Os sedãs médios formam uma das categorias de veículos mais sólidas do Brasil. Por mais que a liderança absoluta fique há muitos anos com os japoneses Toyota Corolla e Honda Civic, muitas marcas investem no segmento. É o caso da Citroën, que acredita bastante no potencial de seu representante, o C4 Lounge. Tanto que a marca francesa não se absteve de trazer uma novidade substancial ao modelo no fim do ano passado, pouco mais de um ano depois de seu lançamento. O três volumes já tinha versões com o motor turbo a gasolina. Atualmente também é vendido com o propulsor THP Flex, que roda também com etanol. De acordo com a fabricante, essa motorização agora já é responsável por 60% das vendas do carro. Ela alia desempenho a uma série de equipamentos de segurança e conforto, principalmente em sua versão de topo, a Exclusive.

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O lançamento do C4 Lounge THP Flex não atendeu apenas aos humores do mercado. O projeto foi iniciado em 2011, bem antes do mercado ter as chances de botar as mãos no sedã argentino. Nesse período, foram mais de 600 mil km rodados e 40 carros de teste. Está longe de ser uma inovação restrita ao C4. A mecânica servirá ao Peugeot 2008 em breve, logo em seguida ao 408 facelift e, em 2016, também ao 208 GT. A despeito da inovação, o fabricante não foi o primeiro a lançar um nacional flex com injeção direta e turbo, a BMW teve a primazia com o 320i e 328i Active Flex.

Primeiras Impressões 

Deixando o tecniquês de lado, a mudança poderia ter extraído mais torque do THP flex, até porque o câmbio aguentaria o tranco de até 30,5 kgfm. Falando na transmissão, a relação final foi alongada em 11% para conter um pouco a sede por etanol. Segundo o fabricante, o C4 Lounge está até 7,5% mais econômico com gasolina. Em relação ao etanol, o aumento no consumo não foi desastroso, o modelo flex marcou 7,2 km/l na cidade e 10,5 km/l, sendo que o antigo a gasolina fez 8,3 km/l e 12,8 km/l nas mesmas condições.

O propulsor 1.6 de 4 cilindros turbinado com injeção direta já era utilizado em modelos da Citroën e da Peugeot, mas foi aprimorado graças à tecnologia bicombustível da alemã Bosch. Com puro etanol no tanque, a potência máxima do C4 Lounge THP subiu dos antigos 165 cv do motor movido apenas a gasolina para 173 cv quando abastecido com etanol. Com gasolina, o ganho foi de 1 cv. Já o torque máximo se manteve nos 24,5 kgfm e nas mesmas 1.400 rpm, independentemente do combustível que preenche seu tanque. De acordo com as especificações da fabricante, rodando apenas com etanol, ele é capaz de garantir uma aceleração de zero a 100 km/h em 8,9 segundos e alcançar velocidade máxima de 214 km/h.

 

A lista de itens de série da versão Exclusive é bem extensa. Além do câmbio automático sequencial de seis velocidades, a configuração de topo do C4 Lounge já vem de fábrica com ar-condicionado automático digital bizone, central multimídia com CD/MP3 e comandos no volante, GPS e tela colorida de sete polegadas, seis airbags – frontais, laterais e de cortina –, controles eletrônicos de estabilidade e de tração, retrovisores externos rebatíveis eletricamente, soleiras cromadas, sensores de obstáculos dianteiros e traseiros com indicação gráfica e sonora, câmara de ré, sistema de keyless e botão start/stop para dar a partida no motor. O teto solar, que no lançamento era oferecido como opcional, está sendo entregue a custo zero nas configurações realizadas no site oficial da marca.

Pelo pacote, a Citroën cobra R$ 89.490. A cor branca perolizada da versão testada adiciona mais R$ 1.890 – tons metálicos saem por R$ 1.490. O preço esbarra na versão de topo do Honda Civic, a EXR, que chega às lojas esse mês a R$ 88.400. Mas fica bem abaixo dos R$ 96.330 cobrados pela Toyota por seu Corolla Altis. De qualquer forma, na briga entre os sedãs médios no Brasil, só a Volkswagen tem um concorrente turbinado com mais força que o C4.

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Impressões ao dirigir

Esportividade nem sempre é uma característica que é levada ao pé da letra quando se analisa os sedãs. O formato em três volumes prioriza a habitabilidade e o conforto. Mas a Citroën conseguiu no C4 Lounge Exclusive aliar requinte, sobriedade e uma boa dose de esportividade ao modelo. Por fora, o design agrada o suficiente para arrancar olhares por onde passa – principalmente na cor da versão testada, um branco perolizado. Ainda mais quando decide-se extrair o bom desempenho proporcionado pelo motor turbo.

A cabine chama bastante atenção. Os revestimentos são de boa qualidade e, com grande parte deles emborrachados ou em couro, cria-se uma atmosfera refinada. A central multimídia, porém, não é moderna. Definir um endereço de destino no GPS, por exemplo, demanda certa paciência. As letras são digitadas a partir de um botão giratório, já que a tela não é sensível ao toque. Ao menos, o sedã é recheado de equipamentos interessantes. Caso, por exemplo, do ar-condicionado automático de duas zonas e dos faróis de xênon direcionais.

O conjunto suspensivo é voltado para garantir o conforto de seus passageiros, mas isso não chega a afetar de forma gritante a estabilidade do carro. Normalmente, o modelo mantém as quatro rodas fincadas ao chão. Trata-se de um sedã “excelente” de curvas e, no caso de algum excesso cometido, o controle eletrônico de estabilidade está presente para corrigir qualquer irregularidade. É sem dúvida uma boa opção para quem não pode abrir mão do espaço de um sedã médio, mas também não quer perder o instinto esportivo que normalmente é abolido nesta categoria.

Olhando só pelos números, dá para imaginar um sedã esportivo. Só que o C4 tomou a via do conforto. A posição de dirigir é bem elevada e o rodar isolado, firme apenas na medida. Buracos são absorvidos de maneira abafada pela suspensão. O gosto por curva dos franceses é famoso e o conjunto McPherson e eixo de torção não decepciona, ainda mais com a ajuda dos largos pneus Pirelli Cinturato 225/45 aro 17.

Design

A dianteira do C4 Lounge dá ao modelo uma imponência, com vincos acentuados no capô. A grade é harmoniosa e os frisos cromados de um farol ao outro ajudam a ornar o conjunto. Mas o principal trunfo é o perfil, que apresenta uma musculatura muito bem entalhada. É um carro que chama atenção nas ruas.

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Compraríamos um C4 Longe?

Sim. Para um sedã top de linha, o C4 Lounge tem um valor competitivo e justifica em itens de série a diferença de R$ 7 mil em relação ao Tendance. Só que você tem que ficar de olho nos custos. As três primeiras revisões até 30 mil km sairão por R$ 1.908, contra R$ 961 de um Toyota Corolla. Outro ponto negativo é a desvalorização anual calculada em 12,2% – os rivais japoneses perdem, no máximo, 8,6% na mesma conta. Da mesma forma, a cesta de peças é mais salgada e chega aos R$ 5.482. O seguro de R$ 3.485 ficou na média do segmento. São custos que devem entrar na balança, mas não apagam o brilho do conjunto e do trem de força, capaz de imprimir desempenho sem gastar demais com etanol.

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Estabilidade

A suspensão do C4 Lounge prioriza o conforto, mas controla de forma eficiente as rolagens de carroceria. A sensação de segurança é constante e, para os motoristas mais ousados, há controle eletrônico de estabilidade. A direção é leve em velocidades médias, mas trabalha em sintonia com o velocímetro no que diz respeito à firmeza. A esportividade instigada pelo motor turbo vem acompanhada de um comportamento sóbrio nos caminhos mais sinuosos.

 

Interatividade

A posição de dirigir é boa e todos os comandos vitais estão bem posicionados. Há um excesso de botões, mas a maioria tem um funcionamento bem intuitivo. O único porém fica por conta da utilização e configuração da central multimídia. Inserir um endereço no GPS demanda o uso de um botão giratório – não há tela touch – e as informações do computador de bordo se sobrepõem ao display, prejudicando sua utilização em viagens em que o navegador esteja sendo utilizado, por exemplo.

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Conforto

A suspensão filtra razoavelmente bem os desníveis das ruas brasileiras. O isolamento acústico é bom, já que o barulho do motor só aparece de maneira agressiva quando é esse o comportamento que se tem com o pedal do acelerador, ou seja, um ruído que normalmente quem opta por um propulsor turbo gosta de escutar. Os bancos são agradáveis e têm densidade firme. Quatro passageiros viajam com bastante espaço. Mesmo um quinto elemento, dependendo de sua estatura, não prejudica tanto o conforto no assento traseiro

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Tecnologia

O C4 Lounge é construído sobre a plataforma PF2 da segunda geração do C4 hatch francês, lançado na Europa no fim de 2010. A base é uma evolução da usada no primeiro C4 e já está sendo substituída na Europa pela modular EMP2, do novo Peugeot 308. O motor da versão de topo é o badalado 1.6 litro THP, desenvolvido numa parceria entre a PSA e a BMW e agora com versão bicombustível. Há sistemas de segurança importantes, como seis airbags e controles de estabilidade e tração de série, assim como monitor de ponto cego.

 

Desempenho

O motor 1.6 THP flex que equipa o C4 Lounge Exclusive é capaz de render até 173 cv com etanol no tanque e 166 cv com gasolina, número mais que suficiente para empurrar o sedã médio de 1.500 kg da Citroën. A aceleração de zero a 100 km/h ocorre em bons 8,9 segundos e a máxima chega aos 214 km/h. As saídas de sinal se dão de maneira bem rápida e as retomadas e ultrapassagens ocorrem de forma consistente. O bom torque de 24,5 kgfm, pleno já em 1.400 rotações, torna as respostas às pisadas no acelerador quase instantâneas.

Opinião Veloxtv

É sem dúvida uma boa opção para quem não pode abrir mão do espaço de um sedã médio, mas também não quer perder o instinto esportivo que normalmente é abolido nesta categoria. Trata-se de um sedã bom de curvas e, no caso de algum excesso cometido, o controle eletrônico de estabilidade está presente para corrigir qualquer irregularidade.

Ficha técnica

Motor: Dianteiro, transversal, quatro cilindros em linha, comando duplo, injeção direta, flex

Cilindrada: 1.598 cm³

Potência: 166/173 cv a 6.000 rpm

Torque: 24,5 kgfm a 1.400 rpm

Transmissão/tração: Automática de seis marchas, tração dianteira

Suspensão: Independente McPherson na dianteira e eixo de torção na traseira

Freios: Discos ventilados na dianteira e sólidos na traseira

Pneus: 225/45 R17

Dimensões: Comprimento 4,621 m; Largura 1,789 m; Altura 1,505 m; Entre-eixos 2,710 m

Capacidades: Tanque 60 l

Peso: 1.498 kg

Porta-malas: 490 litros

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