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Avaliação da Semana – Andamos com o novo Renault Duster, renovado em busca da retomada da liderança nos SUVs.

Caros amigos internautas, como dissemos na matéria da semana passada a Pandemia do Covid-19 modificou todas as nossas previsões para o ano de 2020, entretanto as montadoras continuam em busca de mais clientes, e a Renault com o novo Duster quer voltar a ser líder em seu segmento.

 

A linha 2021 do SUV chega com reformulação completa do visual e da cabine. Será o bastante para se manter relevante nesse disputado segmento?

 

O Duster 2021 não é, de fato, uma nova geração. Ele é feito em uma evolução da plataforma atual (B0), chamada de B0+. A nova denominação está ligada ao fato de o utilitário esportivo ter recebido reforços estruturais na carroceria, nova arquitetura eletrônica e adoção de direção com assistência elétrica. O nível de rigidez torcional cresceu 12,5% em relação ao antecessor.

Em dimensões, o novo Duster cresceu 47 mm em comprimento (4.376 mm), 10 mm em altura (1.693 mm) e 10 mm na largura (1.832 mm). Curiosamente, a distância entre eixos diminuiu 1 mm (2.673 mm). O porta-malas manteve a capacidade de ótimos 475 litros – assim como nas versões 4×2 do antecessor, o estepe é alojado na parte externa inferior. Já o peso em ordem de marcha cresceu 39 kg na comparação entre as versões topo de linha – passou de 1.240 kg para 1.279 kg.

 

Todas as peças externas da carroceria e vidros são novos. Os faróis ficaram ligeiramente mais alinhados, enquanto o capô foi elevado e o para-brisa, mais inclinado e avançado em direção à dianteira. Na lateral, os vidros foram reduzidos e as rodas passaram a 17 polegadas (com pneus 215/60R17) na versão de topo.

 

As luzes indicadoras de direção laterais agora são envoltas por uma peça plástica que surge da base da porta. A traseira traz o ponto mais polêmico do visual deste novo Duster: as lanternas de formato quadrado.

Acabamento Interno

Se o visual externo não rompe por completo com o antecessor, na cabine a história é diferente. O SUV corta o cordão umbilical com a dupla Sandero e Logan para apostar em acabamento mais esmerado e itens exclusivos, como chave presencial do tipo cartão, partida do motor por botão, sensor de pontos cegos, ar-condicionado digital e sistema de câmeras 360°.

 

O impacto maior veio justamente com a evolução do acabamento e da vida a bordo do novo Duster. Apesar de manter o plástico rígido como material principal, o design e a textura são bem superiores ao que existia anteriormente. Volante, painel de instrumentos, bancos, tudo isso foi trocado por novas peças. Os botões dos comandos do ar-condicionado automático remetem aos Mercedes-Benz, e logo acima está a tão esperada nova multimídia da Renault.

Encontrar a melhor posição de guiar ficou mais fácil graças ao inédito ajuste de distância do volante (além da regulagem de altura). No geral, a sensação de qualidade percebida está ao menos dois degraus acima do mais caro Renault Captur – sinal de que a marca terá que atualizar com urgência o modelo superior a fim de evitar uma provável briga interna.

 

O Duster 2021 estreia uma central multimídia inédita no Brasil. Batizada de EasyLink, traz tela tátil de 8 polegadas de melhor resolução e compatibilidade com Android Auto e Apple CarPlay. Uma das funções mais interessantes do equipamento é a possibilidade de criação de perfis de usuário, onde é possível salvar para diferentes motoristas as preferências de configuração de som e rádio ou definir o layout inicial da tela, por exemplo. Bola fora é a oferta de apenas uma entrada USB em toda a cabine, enquanto modelos mais baratos já têm opção de até 4 conexões. Também faltam ao novo Duster Iconic carregador de celular por indução e retrovisor eletrocromado.

Desempenho

Mecanicamente, o Duster não mudou. A única opção de motor é o conhecido 1.6 16V da família SCe, que produz 120/118 cv (E/G) e 16,2 kgfm com qualquer um dos combustíveis – o 2.0 F4R deixa de ser oferecido para dar lugar, em 2021, a um 1.3 turbo. Ao erguer o capô, duas surpresas (uma positiva e outra nem tanto assim). A boa é que a Renault manteve as duas molas a gás que sustentam o capô.

 

Confesso que esperava menos deste novo Duster. Depois que a Renault manteve o sistema de direção eletro-hidráulica no Sandero e Logan, não me espantaria algo assim no SUV. Mas fui surpreendido por um Duster quase irreconhecível em diversos aspectos. Boa parte disso veio da nova direção elétrica, da estrutura 12,5% mais rígida e do interior mais confortável que comentamos logo acima.

Pra começar, os bancos novos te deixam numa posição mais baixa e cômoda, além de mais confortável. O novo volante tem uma pegada melhor e é leve nas manobras, ganhando peso conforme a velocidade aumenta – é o tipo de coisa que desejamos no Sandero e Logan. A suspensão continua a mesma que fez a sucesso do Duster, com bom equilíbrio dinâmico e aparente robustez para aguentar a buraqueira. Apesar de não ter tração 4×4 (a versão 2.0 foi descontinuada por conta das baixas vendas), ele oferece boa altura do solo (237 mm) e bons ângulos de entrada (30º) e saída (34,5º), que definem a capacidade de superar obstáculos sem raspar o para-choque.

 

A renovação quase completa do Duster deixa o modelo muito mais sintonizado com o mercado de SUVs compactos. Os saltos em tecnologia e acabamento são notáveis, mas a nova carroceria – mais pesada – faz com que o desempenho do motor 1.6 seja apenas aceitável. Quem quiser mais “ânimo” a bordo do novo Duster 2021 terá que aguardar até o próximo ano, quando está prevista a estreia de um 1.3 turbo desenvolvido em parceria com a Mercedes-Benz.

 

 

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