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Avaliação da Semana – Andamos com o Fiat Argo 1.8 Precision.

Caros amigos da Veloxtv, é com um imenso prazer que nestas primeiras semanas de 2018, andamos com o Fiat Argo 1.8 Precision, mostrando um bom conjunto e um prazer enorme em dirigir.

 

O Fiat Argo chega com uma gama de opções ampla. Nesta intermediária, mostra um bom conjunto, mas com um preço incômodo. A versão avaliada é a Precision 1.8 AT6, que custa R$ 67.800, mas precisa de quatro pacotes de opcionais para convencer. O problema é o preço final: R$ 77.200.

 

Por conta disso, o Fiat Argo Precision 1.8 AT6 2018 completo oferece vários itens de conforto, segurança e conectividade, que deixam o modelo um pouco mais atraente. No mercado, ele ainda está apenas começando e já dobrou as vendas de junho para julho, quando emplacou 3,2 mil unidades. Mesmo sem a pretensão que tinha o Palio, a Fiat deseja a liderança novamente, mas agora com o conjunto da obra (Uno, Mobi e Argo).

 

Parte Externa

Não adianta inventar quando o risco é grande demais, e isso a Fiat seguiu à risca com o Argo. Inspirada pela concorrência, a marca moldou seu projeto de acordo com o que o mercado está mandando. Muitos leigos confundem o modelo com HB20 ou Onix, por exemplo. Não por acaso, esses são líderes no país.

 

O Fiat Argo então apresenta um formato compacto na casa dos 4 metros, estando entre um carro de entrada e um compacto superior. A frente é um pouco longa, mas com linhas bem fluídas que dão um ar mais esportivo ao modelo. No Precision, por exemplo, não há vibrantes exageros como no HGT, por isso ele é mais limpo e bonito. Os faróis com LEDs diurnos com desenho bem puxado sobre os para-lamas chamam atenção, dando mais agressividade ao conjunto frontal.

 

Se a frente tem um aspecto mais esportivo, com direito até a entradas de ar falsas nas laterais, o restante da carroceria é mais equilibrado. A traseira tem lanternas com belo efeito visual, que nos faz lembrar do bom conjunto empregado na Toro.

 

Nas laterais, colunas C sem ser demasiadamente largas e uma elevação necessária nas janelas traseiras. No teto, para se diferenciar, há um chanfro no para-brisa. Porém, não há opção de teto solar, o que é uma pena, dada a proposta dessa versão. As rodas de liga leve aro 16 polegadas tem um bom aspecto, assim como os retrovisores, que dão boas-vindas noturnas com iluminação de solo e o rebatimento elétrico.

 

Parte Interna

Se muitos, mesmo após o lançamento, ainda acham que o Fiat Argo é uma versão nacionalizada do Tipo europeu, uma rápida olhada no interior mostrará que nem nisso o modelo feito na Turquia se parece com o brasileiro.

 

O ambiente tem um design muito melhor em comparação ao citado acima e também com os que deixaram seus lugares vagos para o Fiat Argo. O painel tem um aspecto moderno e atraente, com destaque para os difusores circulares, acabamento central com tonalidade independente e console do ar-condicionado bem resolvido.

 

Os difusores laterais são retangulares e dão equilíbrio ao estilo. O conjunto só peca por não ter um material soft touch na parte superior e um porta-copos decente próximo da alavanca, onde mal cabe uma única garrafa pequena de refrigerante.

 

De qualquer maneira, o Fiat Argo Precision – quando completo – oferece instrumentação com tela TFT de 7 polegadas muito parecida com a da picape Toro, mas com grafismos e apresentação diferenciados. O cluster é bem completo e de fácil leitura.

 

Ao centro, a tela da multimídia Uconnect é destacada e está na moda. Sensível ao toque, tem boa aparência com botões auxiliares no mesmo plano. O dispositivo é intuitivo com quase todas as aplicações ao toque dos dedos, mas não possui um navegador nativo.

 

Ao invés disso, recorre-se ao Android Auto com o Google Maps (logo o Waze deve estar operacional também). Há também o Car Play da Apple e câmera de ré. O sistema de som tem boa sonoridade e é suficiente para a pretensão da maioria. Duas entradas USB permitem o uso do navegador do smartphone e o carregamento de um segundo.

 

Já o volante tem um bom visual e traz os comandos desejáveis, incluindo piloto automático. Controles de áudio e mídia ficam atrás da direção e abaixo dos paddle shifts. A coluna é regulável em altura e profundidade, o que é bom. O ar-condicionado automático tem bons ajustes e gela muito.

 

Para condutor e ocupantes, bancos bem confortáveis e no tamanho certo, embora pouco envolventes. O motorista tem ainda apoio de braço retrátil. O traseiro é bipartido e tem apoios de cabeça e cintos de três pontos para todos, incluindo ainda Isofix e Top Tether. As portas têm desenho moderno e os vidros possuem comandos one touch. O espaço geral é bom, acima do esperado na parte traseira. E o porta-malas de 300 litros é mais do que suficiente.

 

Motorização

 

Sem um motor turbo com injeção direta disponível no Brasil, a Fiat não pensou duas vezes em usar seu E.torQ 1.8 Evo, que após as melhorias feitas recentemente, foi introduzido no novo compacto. Não é um motor novo, pois se origina do antigo Tritec 1.6 da BMW-Chrysler, mas a engenharia da marca fez o que podia para melhora-lo.

Assim, ele entrega agora 135 cv com gasolina e 139 cv no etanol, ambos obtidos a 5.750 rpm. Já os torques são de 18,8 kgfm no derivado de petróleo e 19,3 kgfm no produto vegetal, conseguidos aos 3.750 rpm. Os números são razoáveis para as pretensões do Fiat Argo, mas a resposta poderia ser um pouco melhor ao acelerador.

Embora o câmbio automático de seis marchas da Aisin tenha boas relações e trocas suaves, o conjunto pareceu exigido um pouco mais que o esperado, especialmente em retomadas e saídas mais agressivas. O foco, naturalmente, é o conforto e a economia, por isso nem mesmo há um modo Sport (inveja do Mobi Drive GSR?).

Com a cavalaria e a força disponíveis, o Fiat Argo Precision AT6 dá conta do recado para uma condução não esportiva. Se exigido, ele irá responder, mas com giros bem altos e um tempo de resposta a mais, mas nada que deponha contra o conjunto de forma geral. Não busque no modelo um esportivo eventual ou um rival para quem tem um propulsor no estilo “downsizing”.

Na estrada, rodando a 110 km/h, a rotação fica num nível bom: 2.300 rpm. Com isso, o consumo fica mais controlado e o ruído interno também. Com piloto automático e aquele apoio de braço amigo, pode-se relaxar e curtir a viagem. Bem, não é totalmente assim. O Fiat Argo 1.8 AT6 tem força que pode ser melhor aproveitada, desde que não se utilize o controle de cruzeiro e se opte pelo modo manual.

Em subida de serra, como na rodovia dos Imigrantes, por exemplo, o Fiat Argo Precision dá conta do recado e mantém 100 km/h (limite da via) em quinta marcha. Com a sexta, ele começa a decair lentamente.

No piloto automático, até uma quarta entra em cena, tirando o conforto e a economia. Mesmo em aclives não muito longos ou acentuados, o dispositivo eleva demais o giro. No modo manual, há mais liberdade para trabalhar um giro baixo sem matar a performance.

Avaliação Final

O Fiat Argo chega com uma proposta mais ampla para cobrir os espaços deixados pelos irmãos falecidos e, em outras circunstâncias, essa versão Precision seria de fato a topo de linha. O compacto tem um bom conteúdo de série, mas não pelo preço cobrado.

Isso porque são necessários mais R$ 9.400 para adicionar alguns equipamentos que deveriam vir de fábrica, e não estamos falando de itens tão avançados assim, sendo que sensor de estacionamento e câmera de ré (opcionais mesmo no Drive 1.0) são pagos à parte, acredite.

O mesmo em relação às rodas de liga leve aro 16 e aos importantes airbags laterais. Nestes ainda temos o cluster com TFT, sensores de chuva e crepuscular, retrovisor eletrocrômico, bancos em couro sintético, retrovisores com rebatimento elétrico, entrada/partida sem chave e ar condicionado digital.

Se você pensou na HGT completa, acontece praticamente o mesmo, mas nela tem-se um visual personalizado com cores vibrantes e rodas aro 17 polegadas. A diferença, no entanto, fica em apenas R$ 2.100. Já na manutenção, o Fiat Argo 1.8 exige R$ 3.504 para revisões até 60.000 km. No geral, o Fiat Argo Precision 1.8 AT6 atende bem, mas vai muito além dos rivais em preço. E nisso, ele acaba pecando.

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