60 anos da Anfavea – Veículos clássicos no Salão Internacional do Automóvel de São Paulo.
O Salão Internacional do Automóvel de São Paulo 2016 tem mais de 540 modelos expostos, mais de 100 lançamentos, alguns mundiais, além de uma interessante homenagem a alguns modelos antigos que fizeram parte da história da indústria automobilística brasileira.
“Preservar a memória da indústria automobilística brasileira é fundamental. E o Salão do Automóvel é uma ótima oportunidade para a exposição de alguns dos principais clássicos em comemoração aos 60 anos da nossa indústria “, explica Antonio Megale, presidente da Anfavea — Associação Nacional de Fabricantes de Veículos Automotores.
Entre os automóveis expostos destacam-se o Willys Interlagos 1966, uma versão brasileira do Renault Alpine; o Dodge Charger RT 1971; um DKW Fissore 1965; um Chevrolet Opala 1969, um Fiat 147 1978, uma VW Kombi 1960, um SP2 1974, entre outros.
O público que comparece ao São Paulo Expo, na rodovia dos Imigrantes, fica fascinado ao conhecer os automóveis do século passado. Como as informações sobre o Fusca “Pé de Boi” 1965, uma versão extremamente despojada do famoso carrinho, que não tinha nenhum cromado, tampouco tampa no porta-luvas, os para-choques eram pintados de branco e não tinha nenhuma sofisticação. Mas vendeu muito, pois contava com financiamento especial da Caixa Econômica Federal.
“Somos apaixonados pela história e produtos da indústria automobilística e fazemos todos os esforços para manter os produtos do passado com as características originais, no esforço da reconstituição precisa de cada época. Expor alguns dos maiores ícones dos últimos 60 anos é uma justa homenagem à nossa indústria,” afirma Roberto Suga, presidente da FBVA – Federação Brasileira de Veículos Antigos.
Os apaixonados pelos antigos também terão a oportunidade de conhecer – logo na entrada – a Romi-Isetta 1956, com número de produção 5 enquanto a outra, de número 35, dos primórdios da produção nacional, está junto ao acesso das áreas de test-drive.
“A Reed Alcântara Machado busca preservar a nossa história através de apoio a iniciativas como esta exposição dos clássicos dentro do Salão do Automóvel. É a oportunidade do público rever ou conhecer os antigos veículos e resgatar a paixão pelo automóvel,” declara Fernando Fischer, presidente da empresa de organização de feiras e eventos.
Modelos em exposição
Willys Interlagos “Berlineta” – 1966
Veículo esportivo fabricado pela Willys Overland do Brasil, lançado no II Salão do Automóvel de São Paulo, em 1961. Era baseado no Renault Alpine A108 francês e fabricado em fibra de vidro, usando a mecânica do Renault Gordini, com 845 cm3.
Com baixo peso e ótima aerodinâmica, o modelo teve muito sucesso nas competições brasileiras, com destaque para a equipe Willys. Seu nome foi uma sugestão do publicitário Mauro Salles para homenagear o circuito de Interlagos. Foram produzidas 822 unidades do modelo até 1966, nas versões Berlineta, Cupê e Conversível.
Fusca “Pé de Boi” 1200 – 1965
No ano de 1965, o Governo criou um programa de incentivo para a aquisição do “Carro Popular”, com taxas especiais de financiamento pela Caixa Econômica Federal. Com isso, as montadoras passaram a oferecer versões mais simples e despojadas de seus modelos. A Volkswagen então produziu o sedã, popularmente conhecido como “pé de boi”, que vinha com acabamento mais simples e desprovido de luxo, cromado, mais acessível. Mas como o automóvel sempre foi sinal de status, os compradores corriam às lojas de acessórios e equipavam seus carros. Dessa forma, o programa durou pouco e os veículos se tornaram raridade.
Dodge Charger R/T – 1971
O modelo foi objeto de desejo da juventude dos anos 70. Fabricado pela Chrysler do Brasil, foi lançado em 1971 e produzido até 1980. Com o maior motor fabricado no País, de 5.212 cm3, oferecia 215 cv de potência. Seu desempenho era muito bom e chegava a 200 km/h de velocidade máxima. O veículo em exposição é do primeiro ano do modelo na exclusiva cor Verde Tropical.
DKW Fissore – 1965
Destaque no 2º Salão do Automóvel, em 1961, o modelo é uma obra de Giusto Fissore. Sedã com elegante carroceria de linhas modernas e retas, três volumes, que oferecia bom espaço interno e porta-malas espaçoso. Era o veículo de luxo da Vemag, usava a mesma mecânica dos demais modelos DKW, com motor de dois tempos de 3 cilindros e 1.000 cm3. Foi produzido até 1967.
Fiat 147 L1050 – 1978
Primeiro veículo produzido no Brasil pela montadora italiana, em 1976. No seu lançamento o destaque era o espaço interno, pois era um carro pequeno por fora e grande por dentro, devido ao motor e câmbio montados transversalmente. Produzido até 1986, ganhou algumas variações como a Perua Panorama, o sedã Oggi, a picape City e ainda o Furgão Fiorino.
Kombi 1200 – 1960
Primeiro veículo lançado pela Volkswagen do Brasil em setembro de 1957. Oferecia amplo espaço interno para passageiros ou para transportar as mais variadas cargas e mercadorias. O modelo sempre foi líder de mercado em seu segmento e sua produção se estendeu até o final de 2013, encerrando um período de 56 anos de muito sucesso.
Opala 3800 – 1969
Até 1968, a General Motors do Brasil só fabricava os robustos utilitários da Chevrolet. O primeiro modelo de automóvel foi o Chevrolet Opala, lançado no Salão do Automóvel de 1968. Apresentado inicialmente apenas como modelo de quatro portas e com motor de 6 cilindros com 3.800 cc, obteve sucesso imediato. Era baseado no Opel Reckord alemão e usava motor de origem americana. O modelo foi produzido até 1992 com diversas versões e acabamentos desde o básico Opala Especial até o luxuoso Diplomata, passando pelas versões Luxo, Grand Luxo, a esportiva SS e o Comodoro. Os motores podiam ser de 4 e 6 cilindros, com destaque para a versão 250-S, a mais potente, com 171 cv e 4.100 cm3.
Romi-Isetta – 1956 (chassis número 5 e 35)
Há 60 anos, em setembro de 1956, acontecia em São Paulo um desfile com os primeiros 16 exemplares do primeiro carro de passeio produzido em série no Brasil. Chegava às ruas um carro que não era apenas montado com componentes importados, mas sim fabricado no Brasil, com 72% (em peso) de suas peças produzidas no País. Era o início da história do modelo Romi-Isetta no mercado brasileiro. No Salão do Automóvel, estão presentes duas unidades históricas do modelo com motor de dois tempos, com 236 cc, 9,5 HPs, 12 válvulas, com câmbio de 4 marchas e uma ré. Tanque combustível de 13 litros e consumo de 25 k/litro.
SP2 – 1974
Primeiro veículo esportivo fabricado pela Volkswagen do Brasil. Obra da equipe de design da empresa liderada por Márcio Piancastelli (1936-2015). Possuía um design moderno e muito atraente, além da boa ergonomia e excelente acabamento. Usava o motor VW refrigerado a ar, com 1700 cm3 e dupla carburação. O modelo foi fabricado de 1972 a 1976.