Categ. InternacionaisNotíciasWEC

24 Horas de Le Mans – A (in)justiça poética da prova.

Poucas vezes vivi sensações tão arrepiantes e contraditórias como nesta 84ª edição das 24 Horas de Le Mans. Acompanhando o desfecho da corrida no ‘Media Lounge’ do eventual vencedor, foi impossível não sentir alguma emoção e resignação pela Toyota – ela que há 18 participações (ironia do destino, o número de triunfos, e de pole-positions, celebradas pela Porsche), repartidas por cerca de 30 anos, procura incansavelmente a sua primeira vitória na clássica e mítica prova francesa.

Esteve a três minutos (!) de consegui-la, e de igualar o feito alcançado pela Mazda há precisamente 25 anos, sendo que o construtor sediado em Hiroshima é desde então o único fabricante nipônico a obter uma vitória na prova. Mas a sorte, madrasta, não quis nada com ela, como em tantas outras vezes em que a glória fugiu-lhe das mãos.

As lágrimas de Hugues de Chaunac, responsável pela Oreca e parceiro da Toyota, espelham bem a imprevisibilidade do automobilismo, contrastando com o semblante carregado, mas contido, dos técnicos japoneses, que, por uma questão cultural, e avisados pelo passado, nunca entraram em euforias – precisamente o contrário do que se viveu na garagem do Porsche 919 Hybrid, assim que Dumas e Lieb perceberam do melhor presente dos últimos tempos em uma corrida.

Mesmo que o seu carro também seja um justo vencedor pelas provações sofridas (dois furos, um bom exemplo), continuo com a sensação de que, desta vez, a ‘justiça poética’ fez-se com o poema errado…

O tira-teima para a Toyota já esta com data marcada, e acontecerá no dia 17/06/2017 no circuito de Sarthe; e a pergunta que todos farão até o próximo ano será:

“Será que desta vez Le Mans escolherá a Toyota como vencedora da prova?”

 

About Author

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *