Uma rodovia, muitas florestas.
A partir de hoje, o programa estadual que visa implantar novas unidades de conservação florestal em regiões próximas às represas Billings e Guarapiranga, na porção sul da Grande São Paulo, conta com um novo e importante aliado: o Rodoanel. Isso porque a DERSA – Desenvolvimento Rodoviário S/A e o Instituto de Botânica permitiram ao Instituto Florestal e à Fundação Florestal – órgãos da Secretaria Estadual do Meio Ambiente responsáveis pela implantação dessas novas unidades – acesso integral ao acervo técnico e científico sobre Botânica produzido ao longo da construção do Rodoanel.
Trata-se de um abrangente conjunto de conhecimentos, tais como inventários florestais e complexos modelos de repovoamento vegetal. Além disso, estabelece parâmetros de avaliação e monitoramento de reflorestamentos induzidos, incluindo coleta, guarda e conservação de sementes, entre outras especialidades.
Com o acesso ao acervo, o Instituto Florestal e a Fundação Florestal irão economizar recursos e ganhar tempo no trabalho de implantação das novas unidades de conservação. Esse esforço conjunto faz parte de uma nova política adotada pelos órgãos ambientais do Estado de São Paulo, que reforça a necessidade de utilizar alta diversidade de espécies nativas para ampliar as possibilidades de restauração.
Os resultados já representam avanços significativos em termos de reflorestamento: segundo o Instituto de Botânica, recriar as florestas que se perderam e que somam cerca de 1,3 milhão de hectares em território paulista levaria apenas 63 anos, e não mais dois séculos, como se estimava há 15 anos.
Programa de conservação
As informações contidas no acervo foram geradas para a execução do Programa de Conservação de Flora, por meio de uma parceria firmada em 2007, entre a DERSA, empresa responsável pela execução do Rodoanel, e o Instituto de Botânica, também vinculado à Secretaria Estadual do Meio Ambiente e cuja atuação é voltada ao desenvolvimento de pesquisas botânicas visando subsidiar a política ambiental do Estado de São Paulo.
O Programa de Conservação de Flora, que resgatou mais de 22 mil plantas, realizou um levantamento pioneiro nas áreas de influência direta e indireta do empreendimento, reconhecendo e classificando espécies, orientando o resgate, realocação e monitoramento da flora com fins de preservação. Também teve como objetivo a restauração florestal por meio da compensação ambiental.