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Semana do GP de F1 em Interlagos começa com debate quente no Painel Brasil de Motorsport.

A semana de maior destaque do automobilismo no Brasil começou com alta octanagem, com um inédito painel de debates evolvendo os principais protagonistas do esporte a motor no País.

Em jornada que começou no início da tarde e se prolongou noite a dentro, pilotos, patrocinadores, promotores de corridas, especialistas em marketing e dirigentes foram os protagonistas do primeiro Painel Brasil de Motorsport.

Com objetivo de compartilhar soluções diante dos desafios que se impõem à modalidade, o evento aconteceu na segunda-feira em São Paulo. Em seus quatro painéis de debates, o evento reuniu 85 pessoas na plateia, lotando o auditório da sede da Porsche GT3 Cup Challenge.

Todos os segmentos do esporte a motor foram contemplados. Entre expositores e a audiência, estiveram representados: pilotos e chefes de equipe de Stock Car, do Brasileiro de Marcas e Fórmula 3, chefes de equipe e pilotos de motovelocidade, kartistas, comissários desportivos, diretores de prova, pilotos e chefes de equipe de rally, competidores de eventos regionais de marcas e os promotores do Brasileiro de Turismo e Old Stock Race.

“Encerramos esse primeiro painel muito satisfeitos com o engajamento dos envolvidos no esporte a motor em trabalhar pelo seu fortalecimento. Ficou clara a importância de um momento de discussões como esse, já que temos uma agenda extensa para cuidar. Todos nós: patrocinadores, promotores, pilotos, associações e confederações. Para a marca Mobil, entender os rumos do esporte a motor é fundamental, porque nosso “DNA” está diretamente ligado à plataforma. Por isso, fazemos questão de manter a agenda do painel viva para os próximos encontros”, comentou Pedro Pessôa, idealizador do fórum e representante da Mobil Lubrificantes.

Foi ele quem mediou o primeiro painel, composto por representantes de Ibope-Repucom, Facebook, Ambev e da Sociedade Esportiva Palmeiras.

O debate foi aberto com apresentação de José Golagrossi, diretor executivo do Ibope-Repucom. Ele trouxe aos presentes números auspiciosos: O Brasil tem 14,3 milhões de “superfãs” de automobilismo, esporte que alcançou, neste ano olímpico, o quarto lugar na preferência dos torcedores. Finalizou sua exposição enfatizando a relevância das mídias sociais no engajamento deste público -o que foi um gancho perfeito para Felipe Koslowski, do Facebook e Instagram endereçar cases e melhores práticas das ferramentas, tanto para atletas quanto para categorias, equipes e outros eventos esportivos.

Sandro Leite, da Ambev, mostrou a seguir como se desenvolveu o “Movimento por um Futebol Melhor”, exitoso e amplo programa de engajamento de torcedores-consumidores que hoje envolve diversas empresas patrocinadoras e mais de 70 clubes brasileiros. Emerson de Souza, diretor de comunicação do Palmeiras, a seguir apresentou o case Avanti, programa de sócios torcedores, que gera receita líquida de R$ 35 milhões ao clube.

No segundo painel o jornalista Erich Beting mediou um debate entre grandes patrocinadores do esporte a motor nacional. Vicente Sfeir, pela Shell, mostrou o programa de formação de pilotos bancado pela marca -em grande parte financiado por verba de incentivos fiscais. Fabio Magliano, gerente de produtos Car e Motorsports da Pirelli, discorreu sobre as ativações da marca que mais está presente nas pistas do Brasil, fornecendo para todas as categorias nacionais. Já Daniel Freire reportou como a Cimed transfere os atributos da escuderia campeã de equipes e pilotos na Stock Car para ações diretas de relacionamento com os distribuidores de medicamentos nas praças por onde passa a categoria.

O terceiro painel do dia foi mediado por Luis Ferrari e contou com promotores de corridas: Mauricio Slaviero (Vicar), Dener Pires (Porsche GT3 Cup Challenge) e Bruno Corano (Superbike). O trio endereçou as dificuldades de elaboração de um calendário nacional, abordou as dificuldades de estrutura dos autódromos (bem como a ausência deles em praças importantes no Brasil) e foi unânime ao manifestar cautela sobre os planos de privatização do autódromo de Interlagos.

Eles coincidiram que o escopo principal da pista deve permanecer voltado ao esporte a motor. Dener acrescentou ainda uma sugestão muito bem recebida pelo público presente ao evento: destinar um espaço no autódromo para sede de equipes de competição de kart, carros e motos. Seria uma forma de reduzir custos de transporte dos carros para os testes e ainda representaria economia de escala em gastos fixos das oficinas pulverizadas, tais como segurança e eletricidade.

O debate final do dia foi protagonizado por Waldner “Dadai” Bernardo (CBA), Felipe Giaffone (ABPA) e Guilherme Spinelli (Velo Città), sob mediação do jornalista Rafael Lopes (TV Globo). Spinelli contou a história da principal pista privada do País -e, de longe, a que apresenta melhor conservação-, desmistificando a ideia de que autódromos são inviáveis como negócios: o Velo Città tem ocupação anual média de 200 dias por ano e, diferentemente de Interlagos por exemplo, consegue realizar um trabalho impecável de conservação sem a necessidade de interromper suas operações por completo.

Giaffone, por sua vez, apresentou uma lista de reivindicações dos pilotos à CBA -ao que foram acrescentadas demandas da comunidade do rally (por Spinelli), kart (Dennis Dirani) e chefes de equipe (Mauricio Ferreira, campeão da Stock Car em 2014 pela Full Time).

Em resposta, Dadai apresentou algumas limitações legais impostas à entidade, tais como a vedação de ter seu corpo diretivo profissionalizado e a obrigatoriedade de ter um tribunal desportivo norteado por um Código de Justiça Desportivo concebido para o futebol. O dirigente acrescentou ainda que o trabalho para influenciar decisões políticas em prol do esporte seria favorecido por pleitos conjuntos envolvendo pilotos, promotores e dirigentes, que, unidos, têm mais força midiática e poder de barganha para tratar de temas de interesse do esporte a motor.

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