F1 – A McLaren realmente será capaz de lutar pelo pódio?
O quinto lugar de Fernando Alonso foi uma surpresa para todos os que viram a corrida de Melbourne, tendo em conta a prestação a classificação e o discurso do próprio Alonso nos dias que antecederam a corrida.
O espanhol avisou que este seria provavelmente o pior fim de semana da equipe durante o ano e que o melhor estaria para vir. Não foi preciso esperar pela terceira ou quarta corrida para ver uma boa apresentação da McLaren e Alonso, deixou de lado o azar e aproveitou a sorte dos Virtual Safety Cars para subir para o quinto posto, à frente de Verstappen.
A partir daí, Alonso limitou-se a defender a posição de um errático Verstappen, numa pista onde ultrapassagens surgem com a frequência de eclipses solares. Vandoorne por seu lado não esteve tão bem no primeiro jogo de pneus e perdeu muito tempo aí.
A equipe ficou obviamente satisfeita com o resultado e o #14 não demorou a apontar baterias para a Red Bull, esquecendo Force India e Renault. Mas será que Alonso fez bem em elevar a fasquia tão alta?
Por um lado, o piloto saberá melhor que ninguém a performance atual do carro. Se Alonso ficou contente com o que o MCL33 permitiu fazer durante a corrida, provavelmente terá mais motivos de alegria, tendo em conta que o famoso novo pacote aerodinâmico não foi implementado na primeira corrida. Depois dos primeiros resultados em Barcelona, os engenheiros da equipe perderam 2 semana para trabalhar na confiabilidade do carro, deixando de parte a performance. Com esse problema aparentemente resolvido, é agora tempo de olhar de novo para o cronômetro e espera-se que o Bahrein seja palco de uma nova atualização. E se Alonso está assim tão entusiasmado é porque vem lá algo de muito bom.
Mas a McLaren este ano joga de forma diferente. Com a saída da Honda, o orçamento da equipe levou um corte de quase 200 milhões de euros. Além de terem de comprar os motores da Renault, ficaram sem os 100 milhões que a Honda dava por ano. 200 milhões é muito dinheiro. É dinheiro que a equipe não vai ter para fazer evoluir o carro uma vez que dentro de poucos meses o foco começará a ser o novo carro de 2019 e ainda sem um patrocinador principal, as fontes de rendimento da equipe não são as ideais. Zak Brown já disse que a situação financeira da equipe é estável e está assegurada (os principais acionistas terão de fazer um esforço extra) mas manter o nível frente a uma Red Bull que apresenta constantemente um nível de evolução ao longo da temporada dos mais elevados do grid, é fácil pensar que a McLaren, sem os recursos de anos anteriores poderá encontrar dificuldades.
Com um orçamento de 250 milhões face aos 350 milhões da Red Bull, a McLaren terá de usar os seus recursos de forma muito inteligente para maximizar o rendimento do novo carro. É preciso relembrar também que a melhor volta de Alonso foi mais de um segundo mais lenta que a melhor volta de Ricciardo (em corrida) e que em classificação, na Q2 em que os McLaren foram eliminados, a diferença foi de aproximadamente 0.8 segundos o que é significativo, mais ainda porque os Red Bull usaram borrachas mais duras que os McLaren.
Há motivos para otimismo na McLaren mas até que ponto a realidade é tão dourada quanto se pinta atualmente? Será preciso ver os desempenhos da equipe nas próximas corridas e entender qual a verdadeira capacidade do MCL33