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Avanços da segurança na indústria automotiva são destaques em seminário da AEA.

Um dos temas mais tradicionais trabalhados pela Associação Brasileira de Engenharia Automotiva (AEA) foi debatido ontem (25), durante o Seminário de Segurança Veicular, transformando o Millenium Centro de Convenções, em São Paulo (SP), em um verdadeiro palco informativo, abrangente e de alto nível técnico.

 

A evolução das tecnologias e o conhecimento internacional de normas e regulamentações que comprovam o desempenho de segurança, a conformidade de produção de veículos e segurança em motocicletas foram debatidas, apresentadas e trabalhadas pelos palestrantes e o público presente, reunindo mais de 120 pessoas.

 

“De acordo com pesquisas realizadas em redes sociais, notadamente no facebook e no twitter, o item segurança foi o mais acionado, com cerca de 30% de menções, das quais 70% pelo público masculino e 30% pelo feminino. Hoje o consumidor brasileiro está mais preocupado e consciente quando o assunto é segurança e há a necessidade de debater normas necessárias para o desenvolvimento da segurança veicular”, disse Nilton Monteiro, diretor executivo da AEA, em cerimônia de abertura do evento.

 

A palestra de abertura “Segurança Veicular de Crianças – Avanços que o Brasil resiste” foi feita por Alessandra Françoia, coordenadora nacional da Criança Segura Safe Kids Brasil. De acordo com ela, acidentes são as principais causas de mortes de crianças na faixa de 1 a 14 anos que correm um risco maior devido ao tamanho, peso e fragilidade. “Por aqui, táxis, veículos de locação e transportes escolares são isentos da obrigação de cadeirinha. Há a necessidade de mudar esta legislação. Falta ainda a obrigatoriedade do cinto de três pontos em todas as posições e o Isofix, já anunciado pelo Inmetro, porém sem data para oficialização”, diz Françoia.

 

O painel Homologação de Veículos teve início com palestra “Requisitos de Homologação”, ministrado por Carlos Bonote, vice-presidente da VCA South America, que exibiu um conceito de como reverter os problemas mais agravantes do trânsito no país baseado no que já foi aplicado em países da Europa e na Austrália.

 

“São necessárias mudanças na infraestrutura, ou seja, ruas, sinalizações, meio ambiente, o comportamento do condutor e o veículo. No Brasil, os requisitos de homologação são definidos por uma portaria do Denatran. Ao comparar os requisitos do Brasil com a Europa, por exemplo, nota-se que no velho continente o esforço pelo condutor, o acesso e dirigibilidade, a compatibilidade eletromagnética, arranjos interiores, velocímetro, ISOFIX, aquecimento, ar-condicionado, limitador de velocidade, proteção ao pedestre são bem mais elaborados e obrigatórios em alguns casos”, completa Bonote.

 

“Hoje possuímos a falsa informação de que quanto mais airbags no veículo mais seguro ele é, o que é um equívoco. O DPVAT mostrou que houve um crescimento da fatalidade nos últimos anos, com índice de 54,7 mil mortes em trânsito no ano passado”, informou Ricardo Plöger, gerente de Engenharia Segurança Veicular da Volkswagen em palestra “Teste de Impacto”.

 

Para Plöger, a tendência atual é a segurança integrada, por meio da qual são envolvidos a ativa, a passiva e outros elementos eletrônicos, visando diminuir o índice de mortes. Um exemplo é a comunicação de um carro a outro. É necessário testes minuciosos de crash frontal, além de sistemas de prevenções como cinto, airbag e absorção de impacto de joelho.

 

O tema “Veículos Autônomos” foi apresentado por Ricardo Takahira, gerente de Novos Negócios da Magneti Marelli que, além de exibir a tendência dos autônomos, informou sobre os benefícios da tecnologia e a abrangência e a independência que promove esta categoria de veículo, com a inclusão de deficientes visuais e idosos frágeis.

 

O jornalista da agência AutoInforme e da Rádio Bandeirantes, Joel Leite, mediou o debate entre os palestrantes com a participação do público presente ao término do “Painel Homologação de Veículos”.

 

As implementações dos diversos códigos de trânsito brasileiro baseadas na Evolução Normativa foi apresentada no tema “WP-29 e Cenário Futuro”, por Daniel Tavares, analista de Infraestrutura do Denatran.

 

“A partir deste ano, tornou-se obrigatória a venda de 100% dos carros com freios ABS e airbags. O DENATRAN tem interesse na promoção dos Programas de Avaliação de Veículos Novos, além de sua parceria ao NCAP, e quer implantar o centro de testes de segurança no país junto com a Universidade de Brasília, voltado à realização de ensaios de homologação de maneira independente, além de atuar na investigação de acidentes, promover a disseminação do conhecimento técnico e formar mão de obra qualificada no Brasil para trabalhar na área de segurança veicular”, informou Tavares.

 

“Dados levantados pela Organização da Nações Unidas apontam que em 2000 cerca de 1 milhão de pessoas morreram vítimas de acidente fatais, sendo que atualmente esses dados chegam a 1,9 milhão”, informou Johannes Kopp, da Bosch, em apresentação “Novas Tecnologias em Segurança Veicular”.

 

Com isso, a ONU percebeu que esse número pode ser reduzido com dispositivos e segurança automotiva. Kopp, na oportunidade, exibiu um sistema denominado ACC Stop&Go, capaz de evitar acidente graves por alertar o condutor de eventuais anormalidades comportamentais.

 

O uso do policarbonato nos vidros automotivos, suas vantagens e tendências foi debatido por Eduardo Girote, da SABIC Innovative Plastics em apresentação “Aplicação de Policarbonato em Janelas de Veículos”. De acordo com Girote, “este material é extremamente rígido e resistente e traz uma tendência de estilo e design do vidro, redução de peso e segurança. Para evitar que o ocupante do carro seja ejetado por meio do vidro, uma lei de obrigatoriedade dos vidros temperados ou o uso do policarbonato está para ser elaborada”.

 

Segurança em motocicletas e a importância do desenvolvimento de tecnologia nos freios também entraram em pauta durante o Seminário de Segurança Veicular com a apresentação “Tecnologia de Freios para Motocicletas”, ministrada por Alfredo Guedes Jr., da Honda.

 

Além de um breve histórico sobre a evolução das motocicletas quando o assunto é segurança, Guedes informou que de acordo com os dados acumulados nas 15 edições do MotoCheck-Up, realizado pela Abraciclo, o maior desgaste de uma moto é o freio traseiro constatando também que o brasileiro tem receio de usar o manete, ou seja, os freios dianteiros não são usados adequadamente.

 

“É recomendável aos iniciantes o uso do freio CBS que reduz o tempo de freada, pois ao ser acionado apenas o freio traseiro, automaticamente ativa 30% do freio dianteiro garantindo maior segurança ao condutor”, informou Guedes.

 

A Associação Brasileira de Engenharia Automotiva aproveitou o Seminário de Segurança Veicular, para entregar o Prêmio AEA Destaque Novos Engenheiros, em sua 3ª edição, a Eduardo Costa Quadros (Escola Politécnica – USP), Italo Gustavo César Mendes de Moraes (Universidade Federal de São Carlos), Rafael Del Col Carlet (Instituto Mauá de Tecnologia), Regis de Matos Curvelo de Barros (Centro Universitário da FEI), Tiago Barrence Crepaldi (Universidade Mackenzie) e Vinícius Bomfim Falchetto (UNICAMP). A premiação foi conduzida por Alfredo Castelli.

 

A sessão de encerramento do evento ficou a cargo de Harley Bueno, coordenador da comissão organizadora.

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