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Avaliação da Semana – Renault Kwid, o compacto de sucesso da marca francesa.

O Kwid começou bem e chegou a ameaçar a liderança do mercado de veículos. Ele só não conquistou por conta da capacidade de produção não estar adequada, e pelos problemas com feios e recalls. Agora já todo ajustado, carregando três estrelas no Latin NCAP, ele está de volta às concessionárias e a vendas foram reabertas.

 

O modelo inaugurou o mercado de SUVs compactos – Compact Utility Vehicle (CUV) que veio seguido do Ford KA Freestyle e carros que ainda virão com essa configuração inventada pelo marketing, como o JAC T20  (baseado no J2). As dimensões do Kwid são: comprimento de 3,68m, largura de 1,57m, altura de 1,47m entre-eixos de 2,42m, com peso de 768 kg e porta malas de 290 litros.

 

Números esses que podem nos surpreender em dois sentidos: primeiro que ele parece bem maior por fora do que é por dentro – eu achei o carro lateralmente apertado, cinco pessoas no banco traseiro é pouco provável para não dizer impossível que terão de se apertar lá atrás, o que não é muito confortável.

Ele é estreito mas tem um porta-malas surpreendente de 290 litros, já o VW Polo e o Fiat Argo de segmentos maiores, por exemplo, possuem 300 litros. As soluções de espaço da Renault estão de parabéns! O Kwid além de ter os quatro airbags, teve sua estrutura reforçada no Brasil para obter as boas três estrelas no teste de colisão – a versão brasileira usa 70% de aço e 30% de aço reforçado na estrutura fazendo com que o nosso CUV tenha 120 kg a mais que o indiano de má fama em crash testes.

Na unidade testada os freios estão adequados e funcionais – com certeza a Renault já resolveu os problemas que atrasou a comercialização. Outra surpresa é que o Kwid tem 18cm de elevação do solo é mais alto ou tão quanto que alguns “Crossovers de padaria ou de aventura para levar filhos no colégio”.

Mais baixo que ele por pouco o Honda HR-V tem 17,7cm e quase a mesma distância do solo que seu parente de marca, o Sandero Stepway que possui 18,5 cm. A altura te salvará de alguns buracos, valetas ou quebra-molas. Por essa altura do solo e ângulo de ataque e de saída recebeu o selo de SUV pelo Inmetro.

 

Mas não pense que você pode colocá-lo em trilhas ou estradas mais ousadas, sua casa é o asfalto e ponto final, porém em estradas de terra batida com ondulações vai muito bem. Tendo ângulos de ataque e de saída maiores e melhores que do Captur e que do Honda HR-V, sendo esses 24 graus de entrada e 40 graus de saída.

A versão testada Intense vem com rodas aro 14, calçadas em pneus 165/70 R14, com sistema Multimídia Media Nav, que traz entrada USB mas não espelha o celular, porém tem GPS integrado, câmera de ré, trio elétrico mas os vidros elétricos são somente nas portas dianteiras; abertura elétrica do porta-malas, rodas de ferro com calotas cor chumbo e chave canivete. O Kwid está disponível nas cores: orange ocre, vermelho fogo, branco marfim, branco neige, prata etoile e preto nacré. Os materiais são de boa qualidade. Não observei rebarbas nem encaixes mal feitos, Kwid nessa versão intense vem bem equipado.

É dada a partida no motor SCE três cilindros, transversal, em linha, 1.0, 12v, comando duplo (sem variação de fase), injeção multiponto com potência de 70/66 cv a 5.500 rpm, com torque de 9,8/9,4 kgfm a 4.250 rpm, números que não parecem tão expressivos se você acelerar. O barulho dos três cilindros agrada e a vibração característica não incomoda tanto, então vamos para o teste em movimento.

 

Apesar do banco não ter ajuste de altura e volante, esse igualmente elástico com comando do rádio e telefonia, o Kwid recebeu bem, tendo 1.73 e a posição ficou perfeita, mesmo com poucos ajustes. O carrinho anda muito bem – é surpreendente o casamento com o câmbio curto e seco, o carro é muito esperto mesmo, imagino o que não seria este carro com o comando variável ou com um motor 1.6.

 

O ar-condicionado gela bem, em uma área segura usada por autoescola em meu bairro, fechada e vazia resolvi dar uma esticada rápida. Primeira marcha acelero com vontade e jogo a segunda e o pneu canta, sigo com pé embaixo no final do curso e o Kwid canta pneus novamente até na terceira marcha mostrando muito fôlego.

 

O compartimento dinâmico dele me deixou com largo sorriso no rosto, convidando a acelerar e me lembrando do Fiat 500 que eu vendi há pouco tempo. O carro aponta muito bem, rola pouco e me lembra um kart obedecendo os comandos quando você resolve colocá-lo em certo local, um excelente brinquedo de gente grande. Fiz compras com o Kwid colocando peso dentro de capacidade e até mesmo deitando o banco traseiro e mesmo assim seu desempenho não piorou.

 

Guerreiro, eu não me arriscaria em dizer que é comparável ao Fiat Uno de tempos atrás, do que mais moderno, econômico, seguro e equipado, surpreendente. A média na cidade com gasolina foi de 13km/l com ar-condicionado ligado, o que foi muito bom. Em viagens longas o tanque merece atenção pois é pequeno volumetricamente, recebendo apenas 38 litros. Mas como disse o carro é um “urbanoide”.

 

O que demora para se acostumar no uso diário do carro é a trava das portas e os comandos do vidro do painel, trava essa que precisa ser acionada para sair do veículo me levando a alguma preocupação em caso de pane elétrica. Também não gostei de ter apenas dois alto-falantes e do barulho do tampão do porta-malas que merecia um comando de abertura externo.

 

 

O Kwid realmente é um carro bem interessante pra você que deseja segurança, economia e bom preço, se mostrando também um queridinho de revendas da marca, mostrando ser o Renault com a menor desvalorização no mercado.

 

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