Avaliação da Semana – Avaliamos o Renault Fluence uma ótima opção para que procura um sedã.
Olá amigos da Veloxtv, como de costume apresentamos nesta data a avaliação da semana, hoje falaremos sobre o novo Fluence, que ao nosso ver é uma excelente opção para quem procura um sedã.
O Renault Fluence Privilège 2.0 HI-FLEX CVT terminou seu período de avaliação conosco e o saldo deste convívio é amplamente positivo. O destaque foi, de longe, o conforto de marcha. Quem está buscando um sedã na faixa dos R$80 mil (oitenta mil reais) pode ter certeza que o Fluence é uma opção tremendamente válida se o critério for ter um automóvel que trata bem seja quem está no volante, seja quem vai como passageiro.
Resumidamente, o que dá a este Renault esse precioso status não é apenas o de ser razoavelmente silencioso, transmitir pouco ou quase nada das vibrações do motor e do conjunto de transmissão ou filtrar de modo competente as irregularidades de nossa mal-cuidada pavimentação. Há também aspectos de ergonomia bem cuidados — conformação de bancos, instrumentos e comandos no devido lugar — como também a eficiência do sistema de climatização e do conjunto formado pelo sistema de áudio/navegação/computador de bordo. Tudo isso torna a vida a bordo ótima.
O Fluence não é exatamente recente, e só no Brasil tem mais de quatro anos de mercado, brigando por espaço em um segmento onde os japoneses (leia-se Toyota Corolla e Honda Civic) são unanimidade, com tal preferência conquistada muito em razão do atento serviço pós-venda associado a uma proverbial fama de solidez. Não seria sábio de nossa parte contestar as opções de sua majestade o consumidor, mas é nosso dever apontar que, como bem assinalado por alguns comentários de nossos leitores, o Fluence (que até agora jamais conseguiu passar do 5º lugar entre os sedãs mais vendidos do país em sua carreira) mereceria fatia melhor do segmento.
Configura-se assim mais um caso de carro injustiçado/incompreendido em nosso peculiar mercado. Razões para isso? As conjecturas podem ser de vários tipos. Talvez a mais forte de que a Renault é uma marca mais conectada a modelos pequenos, econômicos, populares. Outras hipóteses podem vir da carreira não exatamente brilhante do antecessor Megane e da má fama dos carros franceses quanto ao pós-venda, tido como aproximativo, o custo elevado de manutenção e conseqüente forte índice de depreciação. Tais estereótipos “colaram”, todavia o que se percebe atualmente é que as marcas francesas instaladas no Brasil vêm se esforçando, fazendo uma espécie de mea culpa de erros do passado e a devida lição de casa.
Preferências do mercado à parte, destacar que sob o capô do Fluence pulsa um motor quatro-cilindros em linha moderno e eficiente (e que leva a assinatura Nissan) é obrigatório. Uma coisa é ler sobre soluções técnicas interessantes e ver belos desenhos de vista explodida, ou então admirar aqueles motores cortados exibindo entranhas nos estandes de Salões. Bem melhor é comprovar, dia após dia, a eficiência depois de dar à partida para ir do ponto A ao B, seja curta ou longa a distância a ser percorrida.
Na versão do Fluence entregue para esta avaliação, a mais elaborada da linha e não à toa batizada de Privilège, a ação de ligar o quatro-em-linha de 140 cv declarados cabia ao cada vez mais difundido botão de partida. Ou seja, nada de inserir chave e girá-la, pois basta estar com a chave-cartão no bolso, bolsa ou mochila para poder abrir o carro e partir. Mais do que “gadget” moderninho, dispositivos presenciais como este da Renault são seguros,pois entra-se no carro de maneira imediata e dar a partida é facílimo. Frio ou quente, o motor do Fluence não negou fogo nunca e nem mostrou variação no funcionamento, vibrando mais quando frio, por exemplo.
Positivo também é nosso juízo sobre a caixa de câmbio CVT , também ela “by Nissan”. Bastam alguns dias para que os acostumados à caixas automáticas convencionais se adaptem à sensação (só sensação, não fato) de que o câmbio patina. O comportamento da transmissão do Fluence sempre se mostrou suave e adequado às mais diversas situações às quais foi submetido.
No convívio com o Fluence entendemos que, em caso de eventual pressa, quando por qualquer razão exige-se do pacato sedã o comportamento de um esportivo, o câmbio CVT “manda” a agulha do conta-giros para o limiar da faixa vermelha e ela ali fica, praticamente imóvel. É estranho ouvir o motor cantando esta espécie de samba de uma nota só, sem alterar o tom, mas a progressão da aceleração é bem animada, sem o mínimo tranco ou variação de rotação, e a impressão é de que há mais potência do que a anunciada na ficha técnica.
Consumo na cidade
Andamos com o Fluence na cidade, ele é gastador ou econômico? Nem cá, nem lá: o que de pior lemos no computador de bordo foi 5,6 km/l, marca obtida em trechos curtos e truncados rodando na região de São Paulo com grandes aclives e trânsito pesado. A melhor marca urbana, pouco acima dos 8 km/l, foi vista nos roteiros de fim de semana, com trânsito livre e uso razoável de vias expressas. Importante relembrar que a opção é pelo etanol.
Aspecto estético
No aspecto estético, a recente mudança da grade frontal em relação ao modelo lançado em 2010 foi julgada positiva, e o modelo de um modo geral pode ser considerado um dos mais bem resolvidos do seu segmento, em que pese alguns excessos estilísticos, como a moldura cromada e exagerada dos faróis de neblina.
Aspecto interno
Constatamos que a Renault instalou o mais moderno sistema R-Link, com reprodução de vídeos, reconhecimento de voz e inserção de comandos por toque na tela (que fica um pouco mais distante e elevada do que seria ideal) em vez de controle remoto. Pode-se visualizar ali a imagem da câmera traseira de manobras (exclusiva do Privilége) e mover e ampliar imagens com os dedos, como em telas de telefones e tablets.
Um ponto positivo é o sistema Driving-Eco2, pelo qual o motorista pode não só observar como está sendo sua condução em um determinado trecho, como também receber dicas sobre como dirigir de forma eficiente do ponto de vista ambiental. Aliás, finalizamos com observações sobre o sempre delicado tema “consumo”, que como bem podem exemplificar alguns comentários aqui postados, sempre resultam em desacordo, opiniões conflitantes e muita polêmica. Como sabemos, muita coisa pode influir nas marcas obtidas mas uma das principais é a topografia do lugar onde dirigimos.
Com espaço agradável para até 5 passageiros o interior do carro traz fino acabamento, segurança para os ocupantes e ainda conta com sistema de ar condicionado digital dual zone, que melhora a distribuição do ar frio ou quente para quem viaja no banco de traz. O novo Renault Fluence 2015 é um carro bastante seguro, vindo com freios Abs, 6 Airbags, controle de estabilidade, controle de tração e cinto de três pontas.
Avaliação final
Na minha opinião as mudanças no sedã melhoraram o custo benefício do carro, pois ele ficou mais moderno e atraente. O preço de tabela também não subiu tanto, sendo este outro ponto positivo para quem está pensando em comprar este sedã médio.
Ficha Técnica
Ficha técnica – Fluence Privilége
Motor | |
Posição | transversal |
Cilindros | 4 em linha |
Comando de válvulas | duplo no cabeçote |
Válvulas por cilindro | 4, variação de tempo |
Diâmetro e curso | 84 x 90,1 mm |
Cilindrada | 1.997 cm³ |
Taxa de compressão | 9,7:1 |
Alimentação | injeção multiponto sequencial |
Potência máxima (gas./álc.) | 140/143 cv a 6.000 rpm |
Torque máximo (gas./álc.) | 19,9/20,3 m.kgf a 3.750 rpm |
Transmissão | |
Tipo de câmbio e marchas | automático de variação contínua |
Tração | dianteira |
Freios | |
Dianteiros | a disco ventilado |
Traseiros | a disco |
Antitravamento (ABS) | sim |
Direção | |
Sistema | pinhão e cremalheira |
Assistência | elétrica |
Suspensão | |
Dianteira | independente, McPherson, mola helicoidal |
Traseira | eixo de torção, mola helicoidal |
Rodas | |
Dimensões | 17 pol |
Pneus | 205/55 R 17 |
Dimensões | |
Comprimento | 4,62 m |
Largura | 1,81 m |
Altura | 1,47 m |
Entre-eixos | 2,70 m |
Capacidades e peso | |
Tanque de combustível | 60 l |
Compartimento de bagagem | 530 l |
Peso em ordem de marcha | 1.372 kg |
Desempenho e consumo (gas./álc.) | |
Velocidade máxima | 195 km/h |
Aceleração de 0 a 100 km/h | 10,1/9,9 s |
Consumo em cidade | 9,1/6,0 km/l |
Consumo em rodovia | 12,0/8,1 km/l |
Dados do fabricante; consumo pelos padrões do Inmetro/Conpet |