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GP2: Negrão sofre com motor, mas volta a pontuar no Bahrein.

De pouco adiantou a excepcional largada de André Negrão na corrida que fechou a rodada dupla inaugural da Fórmula GP2 neste domingo no Bahrein. Nono no grid do circuito de Sakhor, o piloto da Arden International fechou a primeira volta em 4º, mas viu suas chances de brigar pelo pódio comprometidas pelas deficiências do motor e terminou em 8º, conquistando o terceiro ponto em dois dias. A vitória, surpreendente, foi de Ryo Harianto, piloto de um país sem qualquer tradição no automobilismo. O indonésio da Campos Racing ganhou pela primeira vez depois de três anos completos na divisão de acesso à Fórmula 1.

Negrão voltou a manifestar descontentamento com um problema recorrente – queixa-se da falta de potência do motor Renault-Mecachrome desde a segunda metade do ano passado. “Acho que ficou bastante claro que temos problemas no motor. Eu estava com o DRS ativado e o Visoiu (Robert Visoiu, romeno da Rapax) era mais rápido que eu na reta sem o DRS. Perdemos várias colocações sempre por causa da menor velocidade nas retas, não em curvas. O pessoal da minha equipe já foi falar com a Mecachrome (empresa responsável pelos motores da GP2) a fim de cobrar mudanças. Até agora, apesar dos nossos dados incontestáveis de menor potência, eles dizem que nos seus estudos, que levam em conta parâmetros como pressão do óleo, temperatura do motor, não de performance na pista, essa menor produção de potência não aparece”, disse.

Mesmo insatisfeito com o resultado de hoje, Negrão preferiu ressaltar o aspecto positivo da passagem pelo deserto barenita. “Apesar da minha menor velocidade nos trechos de aceleração, o saldo do fim de semana não é ruim. Marquei pontos das nuas corridas e estou em décimo no campeonato. Mas, para o bom acerto básico que temos, é pouco. Com um motor normal teríamos feito bem mais. É um começo de campeonato melhor que o de 2014, quando não conhecia o carro e principalmente esse negócio de saber administrar o desgaste dos pneus, pois na World Series, de onde venho, era pé embaixo o tempo todo. No fim da corrida de hoje, nossos pneus estavam menos degastados dos que a maioria. Minha falta de ritmo decorria da falta de potência, não de aderência”, analisou. “Hoje larguei bem, me mantive entre os primeiros, mas logo vi que não poderia evitar as ultrapassagens, pois eu era bem mais lento nas retas”, acrescentou.

Negrão acredita que as perspectivas são animadoras. “Apesar de na Espanha, próxima etapa, existir uma reta longa, há menos trechos onde ficamos com o acelerador no curso máximo, como aqui em Bahrein, por isso espero um desempenho melhor lá. E como depois vem Mônaco e o motor lá conta pouco, acho que podemos ser ainda mais fortes.” Sobre a leitura dos combates iniciais, observou que houve uma mudança no pelotão da frente. “Deu para ver que este ano quem está com um carro muito à frente da concorrência é a ART, do Stoffel Vandoorne, tanto que ele saiu na pole, venceu sábado e mesmo largando em oitavo hoje chegou em segundo. E para mostrar como estão fortes, o companheiro dele, o japonês Nobuharu Matsushita, andou horrores aqui no Bahrein”, completou.

O resultado de hoje em Sakhir:

1 – Rio Haryanto – Campos Racing – 23 voltas em 41:35.490
2 – Stoffel Vandoorne – ART Grand Prix – a 3.004
3 – Nathanaël Berthon – Lazarus – a 5.639
4 – Alexander Rossi – Racing Engineering – a 6.258
5 – Julian Leal – Carlin – a 13.945
6 – Nobuharu Matsushita – ART Grand Prix – a 15.923
7 – Robert Visoiu – Rapax – a 19.794
8 – André Negrão – Arden International – a 20.159
9 – Jordan King – Racing Engineering – a 21.101
10 – Arthur Pic – Campos Racing – a 25.690
11 – Richie Stanaway – Status Grand Prix – a 32.040
12 – Artem Markelov – RUSSIAN TIME – a 33.200
13 – Daniel De Jong – MP Motorsport – a 34.335
14 – Sergey Sirotkin – Rapax – a 34.361
15 – Alex Lynn – DAMS – a 35.050
16 – Norman Nato – Arden International – a 39.501
17 – Mitch Evans – RUSSIAN TIME – a 39.536
18 – Zoel Amberg – Lazarus – a 41.084
19 – Marlon Stöckinger – Status Grand Prix – a 43.390
20 – Raffaele Marciello – Trident – a 47.545
21 – Marco Sørensen – Carlin – a 49.715
22 – Pierre Gasly – DAMS – a 56.504

Não completaram:

Sergio Canamasas
René Binder

Volta mais rápida: Raffaele Marciello em 1’44″715

O Campeonato:

1 – Stoffel Vandoorne – 43
2 – Rio Haryanto – 33
3 – Alexander Rossi – 23
4 – Nathanael Berthon – 16
5 – Jordan King – 12
6 – Robert Visoiu – 12
7 – Julian Leal – 10
8 – Mitch Evans – 8
9 – Nobuharu Matsushita – 7
10 – André Negrão – 3

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