MotoGP: A temporada 2018 será com fortes emoções.
Não há como esconder. Nos últimos anos o MotoGP ganhou uma maior projeção em termos internacionais e chegou a públicos e meios de comunicação normalmente indiferentes ao principal campeonato do motociclismo mundial. Para tal contribuiu e muito o excelente espetáculo que temos assistido em pista de ano para ano, mas também os “teatros” que a espaços vão surgindo, como sucedeu em 2015 quando Valentino Rossi, Jorge Lorenzo e Marc Márquez estiveram no olho do furacão.
Conjunturas à parte a verdade é que em 2018 é esperado mais um intenso ano de competição com o presente de termos mais um Grande Prêmio figurando no calendário com a chegada da estreante Tailândia, através do circuito de Buriram.
Nesta longa maratona de 19 Grandes Prêmios, que se prolonga até novembro, não existem muitas dúvidas de que o binômio Marc Márquez/Honda parte na pole position para a revalidação da taça conquistada, com todo o mérito, em 2017. Tal como no ano passado a Honda deixou boas indicações durante os testes oficiais de pré-temporada, ainda que nos derradeiros ensaios na pista de Losail (Qatar) os resultados tenham sido um pouco mais modestos. Desta forma a Honda manteve a habitual tradição das dificuldades sentidas no circuito que mais uma vez abrirá a temporada. Ainda no lote da insígnia da asa dourada atenção ao experiente Dani Pedrosa e ao imprevisível Cal Crutchlow, dois pilotos que deram nas vistas na pré-época.
Passando para a rival Ducati esta quererá repetir a excelente temporada de 2017, onde pela primeira vez em muitos anos a formação de Borgo Panigale lutou pelo título até ao fim da temporada. Liderada pelo gênio de Gigi Dall’Igna a equipe italiana pretende manter a bitola exibicional que foi mostrada, em 2017, por Andrea Dovizioso, o vice-campeão do mundo. A grande questão é se o piloto transalpino permanecerá nesta toada, depois de no ano passado ter surgido na melhor forma da sua vida.
No outro lado da garagem estará Jorge Lorenzo, que entrou na pré-temporada a todo a gás, mas foi perdendo destaque com o desenrolar das sessões. Na sua segunda temporada com a Ducati, Lorenzo terá de mostrar obrigatoriamente mais do que exibiu em 2017. É verdade que terminou o campeonato em crescendo, mas agora chegou a altura de Lorenzo justificar o elevado investimento que a Ducati fez na sua contratação.
Já na Yamaha o cenário parece não ser o mais claro. As dificuldades exibidas, essencialmente na segunda metade de 2017, teimam em não desaparecer e a pré-temporada ficou marcada por uma grande irregularidade exibicional. Problemas que já levaram Maverick Viñales e Valentino Rossi a mostrar publicamente, por mais do que uma vez, o seu desagrado com tal situação. Curiosidade também para ver aquilo que fará, durante o ano, Rossi numa fase em que já disse que pretende continuar a competir até 2020.
Como Rossi bem sabe este é o tempo de arregaçar as mangas e não virar a cara à luta até porque o privado Johann Zarco está aí virando da esquina e pronto a dar muitas dores de cabeça. Aos comandos da híbrida Yamaha M1 (chassis de 2016 + motor de 2017) o piloto da satélite Tech 3 deu um recital nos testes oficiais de Losail ao ficar com a melhor marca. Em 2017, no seu ano de estreia na classe rainha, Zarco foi presença assídua entre os primeiros e não teve medo de intrometer-se entre os grandes da categoria.
Na sombra
Num plantel tão competitivo importa também destacar outros construtores que durante o ano quererão brilhar e mostrar que também podem bater o pé aqueles que são considerados mais favoritos. Depois de um ano para esquecer a Suzuki parece estar no bom caminho com a GSX-RR versão de 2018 a aparentar ser bem nascida. Dentro da casa de Hamamatsu nota para Álex Rins, que a julgar pelo que fez na pré-época, pode muito bem vir a ser uma das revelações da temporada.
No campo da KTM o objetivo é estar entre os 10 primeiros e quem sabe começar a fazer a uma aproximação a posições mais cimeiras num projeto que entra no segundo ano e deseja seguramente começar a marcar a sua posição no universo do MotoGP.
Quanto à Aprilia, que colabora mais uma vez com a estrutura de Fausto Gresini, o objetivo é fazer uma ou outra gracinha depois de em 2017 a evolução não ter sido tão notória. Nas próximas páginas pode ficar a conhecer um pouco melhor as equipes e pilotos que estarão em competição durante o ano.
Estreantes procuram protagonismo
Como é habitual em cada época de MotoGP surgem os ‘rookies’ que procuram agarrar com as duas mãos a oportunidade para conquistar um lugar ao sol no principal campeonato do motociclismo mundial.
Este ano serão cinco os pilotos em estreia com a particularidade de todos chegarem provenientes do Moto2.
Começamos com o campeão do mundo em título dessa categoria, Franco Morbidelli, que tornou-se no primeiro piloto criado na Academia de Valentino Rossi a chegar à classe maior. Ao seu lado na Marc VDS terá, curiosamente, o vice-campeão do mundo de Moto2 em 2017, Thomas Lüthi, que aos 31 anos chega finalmente ao MotoGP.
Depois temos Takaaki Nakagami que volta a colocar a tempo inteiro, em termos de pilotos, o Japão no radar do MotoGP. Nakagami será piloto da LCR Honda, equipe sátelite da Honda pois claro, e faz com que a formação de Lucio Cecchinello tenha novemente dois pilotos no grid de largada, algo que já não sucedia desde 2015.
Segue-se o exótico Hafizh Syahrin que defenderá as cores da satélite Yamaha Tech 3 será o primeiro piloto malaio a competir em MotoGP. O lote de estreantes fica completo com Xavier Siméon. Piloto que pouco deu nas vistas em Moto2, mas que através da força do dinheiro conseguiu arranjar um lugar no plantel do MotoGP, mais concretamente na espanhola Avintia Racing.