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La vita frenética di Roma.

O novo cinema italiano tem a técnica de Hollywood e a cara da Itália.

É impossível se pensar em um filme italiano que não tenha referências à igreja. Seja um sino ao fundo, uma missa, um padre dando a comunhão a seus fiéis ou até mesmo as suntuosas frentes e interiores das igrejas. Mesmo com toda essa fervorosa devoção ao catolicismo, os italianos vivem uma vida mais festiva, se valem muito dos amigos e das incontáveis doses de vinho que tomam durante a vida.

                        O idioma também ajuda, é uma língua que nasceu para ser divertida e muitas vezes engraçada, cheia de controversas e golpes gramaticais que fazem a vida dos roteiristas muito mais fácil. É com essa pegada cômica e direta, típico dos romanos no trato com a história, que o diretor Paolo Sorrentino apresentou em São Paulo, no Prêmio Magneti Marelli de Cinema Italiano uma das melhores obras do atual momento cinematográfico da Itália. Em A Grande Beleza (La Grande Bellezza, Medusa Film, Índigo Film), o napolitano, indicado várias vezes nas categorias filme e diretor no festival de Cannes, consegue através de uma história simples e bem contada emplacar seu novo rebento na eleição para o Oscar de melhor filme estrangeiro, representando a Itália.

                        Usando uma tecnologia de ponta na captação e edição do filme, as cenas são muito bem dirigidas, sua luz lembra os longas rodados na Califórnia contrastando com as cores quentes que Roma fornece aos seus moradores e visitantes. No enredo, que acontece na cidade eterna durante o verão, o escritor Jap Gambardella (Toni Servillo) reflete sobre sua vida. Ele tem 65 anos de idade, e desde o grande sucesso do romance “O Aparelho Humano”, escrito décadas atrás, ele não concluiu nenhum outro livro. Desde então, a vida de Jep se passa entre as festas da alta sociedade, os luxos e privilégios de sua fama. Quando se lembra de um amor inocente da sua juventude, Jep cria forças para mudar sua vida, e talvez voltar a escrever.

                        É um filme rico em lições, muitas subjetivas outras escancaradas, tem farta exibição de seios femininos e alguns momentos de envergonhar o espectador da poltrona ao lado, mas atinge o objetivo principal de se colocar em questão, em um tema muito atual hoje, como se envelhecer com dignidade e estar sempre fazendo parte de tudo de importante na vida.

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                        A Grande Beleza carrega nas cores da ousadia, se esbalda em takes longos, lentos e com uma boa música de fundo, exibe o que já estamos cansados de saber e que insistimos em não ver. É uma ótima referência do novo jeitão do cinema italiano, é uma obra que deve ser vista por quem gosta de cinema feito por gente e para gente.

A gente se encontra na semana que vem!

Beijos & queijos

Texto: Eduardo Abbas

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