Fórmula 1 – Pirelli preparada para “guerra de pneus”.
As fornecedoras de pneus interessadas em entrar na F1 têm até ao final deste mês para apresentarem as suas propostas aos responsáveis. A lista de exigência já foi tornada pública e resta agora aos interessados avaliar os prós e os contras. Não parece muito provável que haja interessados além da Pirelli uma vez que o fornecedor terá de desenvolver dois tipos de pneus em dois anos (13 polegadas em 2020 e 18 polegadas em 2021), algo que a Pirelli poderá fazer facilmente (já tem pneus desenvolvidos para 13 polegadas) mas que qualquer outra marca estará com pouca vontade de fazer, dado o grande investimento necessário para usar em apenas uma temporada.
Muitas têm sido as vozes que tem pedido para o retorno da guerra de pneus, em que as equipes podem optar pelo fornecedor que quiserem. O último grande confronto foi entre a Michelin e a Bridgestone até a temporada de 2006. Mario Isola afirmou que a Pirelli estaria preparada para isso, mas avisou para o reverso da medalha:
“Se decidirem voltar a esta situação [guerra de pneus] como dissemos no passado, estamos prontos para enfrentar este novo desafio. Fornecemos os mesmos pneus para todos, como tal, podemos ter um pneu com alta degradação, com objetivos diferentes. Se entrarmos em competição com outro fornecedor, o objetivo muda e passa a ser apenas desempenho, mantendo sempre a segurança.”
“O atual rumo da Fórmula 1 ainda é ter apenas um fornecedor”, acrescentou Isola. “Obviamente,tudo muda rapidamente, mas um único fornecedor permite poupança de dinheiro. Se introduzirem, o que eles chamam de ” guerra de pneus ” é preciso considerar que no passado era necessário ter sessões de teste adicionais para os pneus e tinham pessoas trabalhando em exclusivo nessa área, o que certamente iria aumentar ainda mais os custos. Se eles querem reduzir o custo da competição, provavelmente não é a direção certa”.
A introdução de um ou mais fornecedores poderia aumentar mais o interesse da F1. Seria mais uma variável que poderia trazer um colorido ainda maior às corridas. Claro que é uma solução cara, e que para as equipes mais pequenas seria um revés tremendo, com o aumento de custos. E numa fase em que a grande maioria das competições olha para o corte de despesas como prioridade, não parece que esta seja uma solução viável a médio prazo.