Dakar: Carlos Sainz perto do triunfo…mas faltam 119 Km.
Faltam para Carlos Sainz apenas 119 Km cronometrados o separam da sua segunda vitória no Dakar. Depois de ter ultrapassado todos os contratempos que lhe surgiram pela frente, incluindo a quebra do seletor da caixa de velocidades na etapa de anteontem, que a acontecer mais cedo lhe poderia ter terminado com as hipóteses de vencer, o espanhol está perto de chegar ao triunfo numa prova em que não era o mais favorito.
Esses eram os seus companheiros de equipe, Stéphane Peterhansel e Sébastien Loeb, um pela experiência, outro pela velocidade, mas como este Dakar nos mostrou insistentemente, toda e qualquer previsão ou antevisão poderia sair furada. Tanto Peterhansel quanto Loeb foram vítimas das armadilhas da prova, ficando com isso afastados do triunfo. Isto foi bem aproveitado pelo espanhol que após alguma sorte e muito stress, decorrente de várias situações, incluindo o ‘caso’ Kees Koleen’ (piloto do quad que alegou ter sido atropelado) agora só mesmo uma hecatombe (que nunca será de menosprezar) de Carlos Sainz lhe pode roubar a vitória.
Não há memória recente duma razia tão acentuada na caravana do Dakar e não sendo esta a prova com mais abandonos de sempre, o que não falta são histórias para contar. Razão tinha Bruno Famin, diretor da Peugeot Sport, quando no final da etapa 5 se saiu com uma frase quase ‘profética’: “Não fazemos qualquer ideia de como vai acabar”. Se calhar hoje já tem uma ideia melhor, mas ainda assim não deve estar 100% descansado…
Nessa altura, a Peugeot ainda tinha Stéphane Peterhansel na luta, mas logo no dia seguinte o francês perdeu 1h47m, caindo para o terceiro lugar da geral, ontem bateu numa árvore, perdeu mais uma hora e caiu para o quarto lugar. Sinceramente, nem parece dele…
A ASO procedeu a mudanças no regulamento para este ano, e Bruno Famin não se cansou de alertar e lamentar que as alterações ao regulamento do Dakar tivessem retirado competitividade aos seus carros, ao mesmo tempo que as Toyota passaram a estar mais competitivas. Havia esse receio do lado da Peugeot, mas não foi isso que se viu quando no Dakar se passou a falar menos de etapas ‘impossíveis’ e se pode perceber melhor o que andava na realidade da carro e cada conceito.
E aí ficou a saber-se que mesmo ‘penalizados’ os Peugeot ainda eram melhores, se bem que neste contexto, muito provavelmente, a qualidade dos pilotos ultrapassou alguma menor competitividade dos Peugeot.
A Mini nem se viu neste Dakar, a sua participação foi quase um desastre, e os Toyota nunca conseguiram suplantar os Peugeot em andamento puro. A isso juntaram alguns azares, ficaram várias vezes atascados, e afins e isso atrasou-os de forma que tornou muito difícil aproveitarem melhor os problemas que os Peugeot foram tendo.
O trio de pilotos da Toyota foi o que se esperava (talvez Attiyah pudesse ter feito um pouco melhor), de Villiers é daqueles pilotos que não parece rápido, mas “anda sempre por ali”, e o holandês Bernhard Ten Brinke merecia o pódio e não o azar que teve perto do fim que o levou ao abandono, o único das Toyota oficiais. Esta luta entre os três pilotos da Toyota pelos lugares de destaque atrás dos Peugeot animou a segunda semana, terminam com dois carros no pódio, mas tardam em conseguir mais do que isso. Talvez para o ano…
Na Mini, o único piloto da equipa alemã no top 10 melhores, Jakub Przygonski, é apenas quinto, por causa dos abandonos e atrasos à sua frente. Khalid Al Qassimi deverá terminar em sexto com o Peugeot do ano passado, na frente de Martin Prokop com um Dakar muito positivo com a sua Ford Ranger. Até ao décimo lugar, só Toyota. Peter van Merksteijn, Sebastian Halpern e Lucio Alvarez, que ontem brilhou com o segundo lugar.