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Coluna do Helinho – Conseguir patrocínio é difícil, mas é possível.

Oi pessoal da Veloxtv, tudo beleza por aí?

Vou aproveitar a coluna de hoje para falar de patrocínio. Vou explicar. É que eu costumo receber, em qualquer época do ano, uma quantidade enorme de mensagens pedindo dicas de como conseguir patrocínio. Então, vou ver se consigo responder por aqui.

 

Desde que eu me conheço por gente, o fantasma da falta de patrocínio sempre esteve presente não só na minha carreira, como também na de muita gente. Quem leu o meu livro, “O Caminho da Vitória”, sabe bem que isso foi dramático em alguns momentos da minha vida, a ponto de colocar em risco a minha carreira.

 

Infelizmente, alguns grandes pilotos não conseguiram driblar o problema e tiveram suas promissoras carreiras interrompidas. E não pensem que isso é coisa que só acontece no Brasil. Que nada! A história é sempre a mesma no Brasil, na Europa, nos Estados Unidos, na Austrália, no Japão e em qualquer outro centro importante de prática do automobilismo.

 

Nesses meus anos todos no automobilismo, adquiri alguma experiência nesse assunto e vou passar para vocês. Desculpem se eu estiver me repetindo, pois acho que já falei disso tempos atrás, mas alguns assuntos precisam ser abordados mais de uma vez. E esse é um caso.

 

A coisa mais importante em buscar patrocinio, na minha maneira de entender, é como o candidato a futuro patrocinador é abordado. O verbo PEDIR tem de ser definitivamente riscado de qualquer plano de patrocínio. Da mesma forma, não basta oferecer espaço no macacão, no capacete ou no carro. Isso é tão óbvio que nem entre em discussão.

 

O que entra em discussão, de verdade, é o que você pode oferecer ao patrocinador. A gente precisa se colocar no lugar do cara da empresa ou da agência de publicidade que tem o poder de assinar o cheque. Esse profissional precisa avaliar qual o melhor custo-benefício para a verba que ele tem para aplicar em patrocínio. Certamente a mesa dele tem várias propostas e para ele escolher a sua, algo de importante ela precisa ter.

 

Quem está buscando patrocínio precisa colocar na mão do empresário os melhores argumentos para que ele decida a seu favor. Então, o caminho não é PEDIR patrocínio simplesmente em nome de uma carreira em ascensão e visibilidade na mídia. Isso tudo também conta, mas o fundamental é OFERECER as maiores vantagem possíveis para o patrocinador.

 

Isso requer um estudo de cada patrocinador, entender o negócio dele e propor uma maneira de criar uma relação que seja boa para os dois lados. A empresário tem de ver o outro lado não como aquele que está lá para arrancar o dinheiro dele para correr de carro, mas um parceiro que irá ajudá-lo a alavancar novos negócios.

 

É importante ficar claro que mandar 500 pastas para tudo quando é canto é uma ação fadada ao fracasso. Isso porque a atitude será vista com “mais um”, ao passo que uma abordagem específica pode ter uma receptividade muito melhor.

 

Não que fazendo assim ou assado o patrocínio vai sair, mas o fato é que as chances vão aumentar se você fizer algo diferente dos outros.

 

Vou tentar dar um exemplo. Imaginemos que você identificou uma empresa que fabrica biscoitos como sendo um potencial patrocinador. Se você estudou a empresa, descobriu quem é o cara que decide, sugeriu uma opção de novos negócios e criou uma alternativa que venha, inclusive, a representar receita para a empresa, cresce a chance de a sua proposta ser olhada de maneira diferente.

 

Ah, tem outra coisa. Os campeonatos no Brasil terminam quase todos entre o final de novembro e início de dezembro. Aí vem o período de férias e muita gente vai começar a pensar em correr atrás de patrocínio só lá pelo final de janeiro, início de fevereiro ou mais tarde ainda. Sabe qual a chance de essa abordagem dar certo? Lamento dizer, mas se não é ZERO é quase isso.

 

As empresas trabalham com antecedência e as verbas dos anunciantes ganham destino, normalmente, entre setembro e novembro. Significa dizer que, se sua proposta, por melhor que seja, chegar tarde na agência de publicidade ou na mesa do empresário, é enorme a chance de a verba já ter tido seu destino definido e não haver mais tempo para avaliação de sua proposta.

Então, moçada, a coisa é muito complexa, exigindo um trabalho realista, eficiente a antecipado. E se assim mesmo não tem patrocinador sobrando por aí, imaginem como o quadro fica pior se a abordagem não for correta!

 

É isso aí, pessoal. Espero ter ajudado com algumas dicas básicas e me coloco inteiramente ao dispor dos Leitores para responder mais dúvidas. É só mandar um e-mail para press@castronevesracing.com.

 

Forte abraço e até semana que vem!?

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