Carta de intenções iCities é assinada em evento em Curitiba.
A assinatura de uma carta de intenção encerrou o primeiro Fórum Internacional iCities, que aconteceu ontem (27), no ExpoUnimed, em Curitiba. O documento, assinado por representantes de entidades como ABRH-PR, Renault, Fiep, CEIIA, Mex, Fomento, dentre outras instituições, além dos organizadores do iCities, André Telles e Roberto Marcelino, estabelece intenções para o cumprimento dos objetivos propostos pelo fórum. Ao todo, o evento contou com cerca de 250 participantes.
Entre os tópicos da carta estão a apresentação de ferramentas e soluções para as cidades; criação de pesquisas acadêmicas relacionadas às smart cities; promoção de um espaço para encontros que ofereçam soluções em tecnologia, criatividade e sustentabilidade; e, por fim, exploração dos seis temas que nortearam o encontro: startups, economia criativa, tecnologia, energia e sustentabilidade. “Realizamos pesquisas de tendência e mapeamento para colocar Curitiba no rol das smart cities”, afirma Marcelino, da organização do fórum.
Além do enriquecimento no debate sobre o futuro das cidades, o iCities discutiu a necessidade de um ambiente urbano com desenvolvimento econômico e social, por meio da conectividade e do empreendedorismo. Todos os painéis realizados se relacionaram aos seis pilares. “É um tema relativamente novo (cidades inteligentes e cidades criativas), que foi muito bem abordado, com atores locais e globais que enriqueceram os debates”, avalia Telles, também do iCities.
Os debates – Durante todo o dia, grupos discutiram sobre desenvolvimento urbano e cidades inteligentes. Composta por Rogério Mainardes, do Grupo Positivo, Rodrigo Martins, do Sistema Fiep, Marco Cordiolli, da Fundação Cultural de Curitiba, Daviane Chemin, da ABRH-PR e o representante da 4 One, Roberto Marcelino, a abertura teve foco principal no empreendedorismo e na inovação como base para uma cidade inteligente. Para Daviane, o iCities “não é um evento, mas um movimento que contribui para a inovação”.
Dando início aos debates, a coordenadora da Escola de Economia Criativa da Universidade Positivo, Adriana Dias, abordou sobre como a economia criativa pode ser trabalhada nas instituições de ensino, modernizando a metodologia educacional e valorizando a economia e a cultura local.
O ecossistema empreendedor nas cidades também entrou em discussão, com o representante da Universidade Positivo, Leandro Henrique Silva, que questionou a necessidade de mudança dentro da academia. “É preciso uma visão mais empreendedora, para aumentar a convivência e os relacionamentos”, afirmou Silva. Além dele, Gustavo Mattano, da Fomento Paraná, e o diretor da startup Smart Bee, Charles Stempniak, discutiram sobre o que constitui o ecossistema empreendedor, como criá-lo e como modificar o modelo mental do país.
Mobilidade urbana – A arquiteta do Instituto de Pesquisa e Planejamento Urbano de Curitiba (Ippuc), Luisiana Paganelli, trouxe ao público os modelos de carros elétricos utilizados no mundo, uma tendência para o futuro. De acordo com André Marim, da startup de carros compartilhados Fleety, os carros compartilhados podem estar bem perto de Curitiba, que aparece como uma das cidades abertas ao uso dos veículos.
A mobilidade continuou em pauta com os debates sobre o uso de carros elétricos, híbridos e com baixa emissão de gases, com abordagens do chefe da assessoria de Mobilidade Elétrica Sustentável da Itaipu, Celso Novais, e Antônio Calcagnotto, diretor de Relações Internacionais da Renault.
Participações internacionais – O iCities também trouxe experiências de fora do país para serem compartilhadas. Os representantes do Centro para a Excelência e Inovação na Indústria Automotiva (CEIIA), de Portugal, Helena Silva e José Rui Felizardo, estiveram presentes para falar sobre a integração da tecnologia da informação e energia em prol dos veículos. “É preciso ser uma cidade conectada, em relação à infraestrutura física e de transporte”, afirma Felizardo.
Filipe Cassapo, do Senai, comentou sobre a relação entre cidade digital e inovação. “Precisamos buscar produtividade com plena responsabilidade. Usufruir, criar e desenvolver”, diz. Para ele, a inovação requer uma mudança de mentalidade de todos e são necessários ambientes propícios para a geração de ideias para assegurar o capital. E foi seguindo essa linha que abriu o penúltimo debate da noite, com Gina Paladino, economista da Agência Curitiba de Desenvolvimento, Eloi Zanetti, da Escola de Criatividade, e Tatiana Gadda, da UTFPR. Amilto Francisquevis, do Instituto Curitiba de Informática, tratou das cidades digitais, colocando Curitiba como a cidade mais digital do país. “Estamos interconectados entre pessoas, organizações e internet das coisas. Unimos conectividade, serviços e informações ao cidadão”, alega. Já Marília de Souza, do Observatório da Indústria, trouxe o tema Cidades Inovadoras 2030.
Finalizando a noite, o convidado Denis Alcides Rezende, da DePaul University de Chicago, conversou com o público sobre a relação das smart cities e as cidades criativas, fechando o ciclo de debates e palestras do Fórum Internacional iCities.
Smart Cities
A ideia das cidades inteligentes diz respeito à eficiência dos centros urbanos, a partir de ações integradas entre governos, população e entidades públicas e privadas.
Uma cidade é considerada “smart” ou “inteligente” quando, estruturalmente, obedece a determinados padrões de inovação relacionados à comunicação, transportes, infraestrutura, sustentabilidade, uso de combustíveis e recursos naturais, dentre outros. De acordo com as Organização das Nações Unidas (ONU), estima-se que mais de 6 bilhões de pessoas estejam vivendo em centros urbanos até 2050.