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Coluna da Sétima Arte – O X da questão.

Uma superprodução com efeitos espetaculares são os motivos de se assistir a essa seqüência da franquia X-men

 

Texto: Eduardo Abbas

Fotos: Fox

 

A receita é muito simples: tudo o que se faz na vida vai se refletir no seu futuro. As ações que tivemos no passado são o motivo para a realidade do nosso presente, um dia, quando a fatura chegar, o quanto pagaremos vai depender das atitudes que tivemos e o tamanho da divida que teremos.

 

Nesse mundo de faz de conta, mas com cara de realidade dos homens que habitam o planeta, chega aos cinemas brasileiros nessa quinta-feira X-Men: Dias De Um Futuro Esquecido (Fox, Marvel Entertainment) seguramente o filme mais perturbador da série e que coloca na parede o que realmente somos quando se trata do assunto preconceito. O filme aborda profundamente a questão da eliminação de todos que não se encaixem nos padrões estipulados pela sociedade em que vivemos, elaborado por um vilão que, no caso, teria tudo para lutar por uma causa que também é a sua.

 

Brilhantemente realizado por Bryan Singer, que também assina a produção junto com Lauren Shuler Donner, Simon Kinberg e Hutch Parker, a história se passa no futuro, quando os mutantes são caçados impiedosamente pelos Sentinelas, gigantescos robôs criados pelo chefe político anti-mutante Bolívar Trask (Peter Dinklage, conhecido pela série Game of Thrones). Os poucos sobreviventes precisam viver escondidos, caso contrário serão também extintos. Entre eles estão o professor Charles Xavier (Patrick Stewart, que faz uma quase ponta no longa), Magneto (Ian McKellen, o eterno Gandalf do Senhor dos Anéis), Tempestade (Halle Berry, que continua deslumbrante do alto dos seus 47 anos!), Kitty Pryde (interpretado pela excelente Ellen Page, que marcou no papel de Ariadne em A Origem) e Wolverine (com o eterno Hugh Jackman), que buscam um meio de evitar que os mutantes sejam aniquilados. O meio encontrado é enviar o Wolverine de hoje em uma viagem no tempo, rumo aos anos 1970. Lá ela ocupa o corpo do seu EU da época, procura os ainda jovens Charles Xavier (aqui vivido por James McAvoy, que viveu o inesquecível Dr. Nicholas Garrigan em O Último Rei da Escócia) e Magneto (Michael Fassbender, que surpreendeu em Bastardos Inglórios e fez parte do elenco de 12 Anos de Escravidão, vencedor do Oscar® de melhor filme de 2014) para que, juntos, impeçam esse futuro trágico para os mutantes.

 

Como todos os filmes da série, os efeitos especiais são o espetáculo à parte. Realizados com a competência de sempre e assinados pelas produtoras Moving Picture Company e Digital Domain, em alguns momentos formam um carrossel de possibilidades que prendem a gente na cadeira. O trabalho intenso nesse longa se deveu ao fato de serem muitos mutantes agindo simultaneamente e cada um com sua característica, são ações em cenas de lutas contra as máquinas titânicas, movimentação de diversos tipos de edifícios e veículos, tudo filmado em 3D real, sem a adição de componentes gráficos para modificar a captação anterior. Eles vêm recheados com músicas que resgatam alguns clássicos dos anos 70 e uma trilha quase imperceptível do competente John Ottman, que assinou também a edição. Isso mesmo, o maestro também montou o filme, é quase que um vídeo-clipe em termos de ritmo e colocação da trilha incidental, e essa característica alucina o espectador, transporta todos para dentro da ficção e inspira uma quase realidade.

 

O roteiro é a parte mais discutível nessa obra, não pelo enredo em si, mas pela avalanche de acontecimentos simultâneos que, às vezes, não tem uma clara solução aos olhos de quem assiste. Na verdade são algumas falhas na seqüência e que não fazem muita diferença. O diretor Bryan Singer admitiu para a revista SciFiNow os erros de continuidade e disse: “Tem algumas coisas que você tem que esquecer. No ‘X-Men 3?, o Bolivar Trask é um cara Afro-Americano, no ‘X-Men 1? eu escrevi um diálogo do Professor Xavier que agora me arrependo muito: ‘Quando tinha 17 anos, eu conheci um jovem chamado Erik Lensherr’ e então no ‘X-Men: Primeira Classe’ eu mudei tudo isso! Alguns desses erros eu espero que a audiência simplesmente esqueça, mas na maior parte das vezes eu presto atenção é no universo da franquia”.

 

Isso em nada muda a obra nem a diversão de se acompanhar os mutantes tentando salvar a terra e eles mesmos. No centro de tudo, o Wolverine, um herói misterioso, um mutante sem época e idade definidas e que teve a oportunidade única de viver a vida duas vezes. Num plágio de um verso de uma música de Roberto e Erasmo Carlos, podemos definir a situação do herói: Se chorei ou se sorri, o importante é que emoções eu vivi.

 

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Viva a sua, vá ao cinema acompanhar essa aventura obrigatória para quem realmente gosta da Sétima Arte.

 

A gente se encontra na semana que vem!

 

Beijos & queijos

 

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