Categ. InternacionaisFórmula 1Notícias

Fórmula 1 – Ferrari troca de diretor a cada três anos.

Não é fácil ser diretor da Ferrari. A Scuderia é uma das equipes de competição mais famosas do mundo, pelo símbolo que ostenta e pela sua história na F1. A pressão é grande e a necessidade de bons resultados é igualmente grande. Por isso, nem sempre os diretores ficam por muito tempo.

 

A Ferrari nunca teve muita estabilidade ao longo da sua história e olhando para os números essa caraterística torna-se ainda mais viciada. Com 22 chefes de equipe desde 1950, a média de tempo que cada diretor passou ao leme da equipe foi 3.3 anos.

 

Há duas exceções. Marco Piccinini (11 anos) e Jean Todt (15 anos) foram os homens que mais tempo passaram aos comandos da operação italiana. Tirando os dois nomes referidos do resto das contas, apenas seis diretores se mantiveram por quatro anos ou mais na liderança: Nello Ugolini (4), Romolo Tavoni (4), Eugenio Dragoni (5), Stefano Domenicali (6), Maurizio Arrivabene (4) e Mattia Binotto (4). Os restantes 14 não conseguiram manter-se por mais de três anos.

 

Se olharmos para as equipas com mais sucesso na F1, é fácil entender que a estabilidade na liderança foi a chave do sucesso. Mesmo na Ferrari, Piccinini começou o seu “reinado” com um vice-campeonato e um campeonato, seguindo-se um décimo lugar em 1980 e um quinto em 1981. Conquistou dois títulos seguidos em 82 e 83, ficando mais três vezes no segundo lugar.

 

O caso de Jean Todt mostra bem a diferença que uma liderança estável pode trazer. Entrou para o leme da equipa em 1993, mas apenas em 1998 conseguiu vencer o título. Seis temporadas sem títulos, das quais 3 deram segundos lugares. O que se seguiu? Uma das maiores eras de domínio da história da F1 com seis campeonatos consecutivos. Até a sua saída em 2007, Todt festejaria mais um título, saindo pela porta grande e deixando a semente para o triunfo da época 2008, o último ano que a Ferrari conquistou um título.

 

Existe assim uma ligação direta entre a estabilidade e os bons resultados, pelo que a filosofia de troca constante de líderes parece ser contraproducente. E era essa instabilidade que se tentava combater na Ferrari. Era um dos desejos de Mattia Binotto retirar a pressão dos resultados imediatos e trabalhar com calma e com astúcia para os resultados a médio prazo. No final da quarta temporada, resolveu ceder o lugar, com as críticas a serem cada vez maiores e talvez por não ter o apoio que achava que deveria ter por parte da chefia da marca. Mas uma coisa parece clara. O sucesso na F1 depende de um plano estruturado a médio prazo e com uma estrutura diretiva forte… o que não tem acontecido na Ferrari.

About Author

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *