Fórmula 1 – Lewis Hamilton não segura a vontade de vencer de Max Verstappen no GP da França.
Finalmente tivemos uma grande corrida em Paul Ricard. Uma prova que tivemos bons espetáculos e disputas, equipe com forças equivalente e não de truques. Max Verstappen e a Red Bull venceram uma corrida suada, mas muito bem disputada.
Verstappen começou a corrida da pior maneira, com um pequeno erro na curva dois, que entregou o primeiro lugar a Lewis Hamilton, uma desatenção que poderia ter custado caro. Mas a Red Bull não cometeu os mesmos erros de Barcelona e jogou tudo na antecipação na estratégia. Com a degradação dos pneus sendo superior ao esperado, os Bull’s arriscaram numa estratégia de duas paradas, com Verstappen saindo com a faca nos dentes para tentar alcançar os Mercedes, que não responderam ao desafio e ficaram em pista. Mas a Red Bull jogou muito bem as suas cartas e tinha do seu lado um piloto determinado em voltar ao primeiro lugar. Depois do primeiro erro, Verstappen fez uma corrida sublime e conseguiu a vitória na penúltima volta. Nota máxima para o #33 e para a Red Bull, que coloca dois carros no pódio e, mais que isso, depois de dominar nos traçados de rua, mostrou uma força nunca antes vista na era híbrida em território onde a Mercedes é tradicionalmente mais forte. Sergio Pérez cumpriu o seu papel de nº2, não atrapalhou o seu colega quando estava recuperando terreno para os Mercedes. Apresentou um ritmo mais baixo que os restantes homens da frente, mas o ideal para gerir os pneus, o que lhe valeu mais um pódio. Continua a ganhar pontos na estrutura da equipe.
Lewis Hamilton voltou a fazer magia. Só ele conseguiria aguentar tantas voltas em ritmo competitivo com pneus duros, com a degradação que vimos. Mais uma excelente exibição do britânico que fez esquecer a história das trocas de chassis. Fez tudo o que podia, e apenas não teve a ajuda do lado da equipe, com a estratégia não sendo a ideal para responder aos Red Bull. Hamilton continua numa forma espantosa, mas precisa de mais apoio da sua equipe nestas situações e já é a segunda vez em três corridas que vemos a Mercedes tropeçando no momento das decisões estratégicas. Valtteri Bottas fez uma boa corrida e não pode ser culpado pelo quarto lugar. Bottas desde início que manifestou a sua preocupação com os pneus e avisou que seria uma corrida para duas paradas. Os avisos caíram em saco roto e o finlandês acabou numa situação em que não teve argumentos para se defender de Verstappen e Pérez. Mostrou lento para chegar ao pódio.
A McLaren prestou hoje uma bonita homenagem a Mansour Ojjeh. Um dos nomes incontornáveis da história da equipe, que faleceu recentemente, teve a homenagem merecida com uma excelente prestação da equipe. Daniel Ricciardo fez a melhor corrida pela McLaren, apresentando um nível bem mais próximo do que conhecemos do australiano, com uma corrida forte e boas manobras. Lando Norris começou novamente mal a corrida e perdeu duas posições, mas o ritmo que colocou em pista e a estratégia da equipe (que inicialmente nem parecia a mais indicada) permitiram que o jovem britânico fosse quinto, mantendo-se como o único piloto a pontuar em todas as corridas. A McLaren deixou para trás Ferrari e Alpine, sem argumentos para acompanhar os carros laranja.
Pierre Gasly fez mais uma boa corrida. Sempre na luta pelo pontos, a certa altura parecia ter argumentos para um top 5, mas os McLaren foram rápidos demais para conseguir. Mas uma boa prova do francês, agora em casa. Yuki Tsunoda conseguiu um bom 13º depois de ter largado das boxes. O jovem japonês tem talento mas lhe falta calma e o sangue frio.
A Alpine não teve a corrida que queria. Correndo em casa, apenas Fernando Alonso conseguiu se intrometer na luta pelos pontos conseguindo um positivo oitavo lugar. Esteban Ocon foi 14º numa corrida discreta do francês.
A Aston Martin conseguiu um bom resultado. Sebastian Vettel voltou a fazer uma boa corrida e a equipe delineou uma boa estratégia para a sua dupla. Os stints longos de Vettel e Lance Stroll permitiram que se colocassem em boa posição para terminar nos pontos. Boa corrida da dupla da Aston Martin, olhando às posições de largada (12º e 19º), especialmente Stroll que veio do fundo do pelotão.
A Ferrari teve um dia para esquecer. Carlos Sainz estava no top 5 no começo da prova, mas terminou em 11º fora dos pontos. A mudança para os duros não favoreceu a Scuderia e basta ver que Charles Leclerc conseguiu apenas fazer 24 voltas no segundo stint (com pneus duros) não conseguindo mostrar um ritmo digno desse nome. Foi também o primeiro a parar colocando apenas 17 voltas nos pneus médios, o mesmo número de volta no terceiro stint, também com médios. A Scuderia teve dificuldades em colocar os pneus funcionando em Paul Ricard e depois de dois fins de semana positivos, levaram com um balde de água fria.
George Russell fez mais uma excelente prova, mas como não luta por pontos ou pódios, ficou longe dos holofotes. Com um mau começo de prova, caindo quatro lugares nas primeiras curvas, caindo para 18º. Mas conseguiu recuperar muito bem e subiu até ao 12º posto, não muito longe dos pontos, muito melhor que Nicholas Latifi.
A Alfa Romeo teve um dia não, com uma prova pouco competitivo e a Haas terminou onde se esperava.