Coluna do Sil C San – Sobre o Tempo
Vendo antigas fotos de corridas, lembrei-me do tempo que o mundo das quatro rodas era mais simples e feliz. Lembrei de como as coisas eram feitas com vontade e amor ao esporte. Não havia grandes empresas que monopolizavam o esporte, nem energético havia sido inventado. Cerveja eram duas, Antartica e Brahma e remédio genérico então, uma palavra desconhecida.
Os pilotos corriam por amor ao esporte, com grids cheios e arquibancadas mais ainda. Na pista Voyages, Brasílias, Fuscas e Opalas entre outros. Além é claro dos inesquecíveis Fórmula 3, e da categoria escola, Fórmula Vê. Nomes como Arthur Bragantini, Toninho da Matta, Alfredo Guaraná, Paulo Gomes, entre tantos outros eram nossas grandes estrelas. Não existia câmbio sequencial ou semi automático, controle de tração, push to pass e todas estas parafernálias eletrônicas. O bom e velho carburador era o responsável pelo acerto nas mãos dos incríveis preparadores. Hoje quem faz isso atende pelo nome de Lap Top.
Quem não se lembra dos nomes estampados nos carros, Gledson, Refricentro, Coca Cola, Staroup, Rodão e Hollywood entre muitos. Por isso que eu digo que o mundo era mais feliz, não havia maldade, assim como a arrogância e uma disputa alucinada pelo poder.
A essência do esporte foi engolida pela busca desenfreada de altos investimentos beneficiando poucos, num jogo de cartas marcadas. E isso acabou se tornando um caminho sem volta, matando aos poucos aquele automobilismo que nunca precisou ser vendido para mídia televisiva.
Vou guardar as antigas fotos, quem sabe um dia alguém me pergunte como era o automobilismo de verdade.