Avaliação da Semana – Andamos no Jeep Compass Longitude 4×2 o SUV que caiu no gosto dos brasileiros.
O utilitário-esportivo Compass é fadado ao sucesso. Caiu no gosto do público sem o charme do icônico Renegade, e vende mais. As linhas são limpas, com a tradicional grade de sete barras que simboliza a marca Jeep. Interior impressiona com forração bonita em couro bicolor valorizada pelos bancos anatômicos com apoios laterais no assento e encosto. Segundo o fabricante, aços de alta e altíssima resistência estão presentes em 70% da carroceria, garantindo rigidez torcional.
SUVs fazem sucesso atualmente em todo o mundo pela posição de dirigir elevada e sensação de segurança. A versão Longitude do Compass tem bom acabamento, com material bicolor no painel central, sendo a parte superior de plástico emborrachado. O painel central é limpo, sem protuberâncias, simples e elegante assim como o quadro de instrumentos legível, que inclui termômetro de temperatura do líquido de arrefecimento do motor. Ao centro uma grande central multimídia com funções diversas. Volante agrupa funções de telefonia, controle de velocidade e rádio. Interior agradável parece maior do que é. Entretanto, falta esmero no encontro da forração da coluna A (dianteira) com a do teto.
Espaço interno bem dimensionado, com assento central traseiro ligeiramente mais curto. Porta-malas de boa capacidade tem forração de qualidade e o estepe de emergência fica dentro dele. A maioria dos comandos – vidro, multimídia, retrovisor – está bem posicionada. Portas têm fechamento suave e são muitos porta-objeto em diversos locais do habitáculo.
Motor é de alumínio, que demora menos para atingir a temperatura ideal, tem duplo comando de válvulas e variador de fase. Dispensa o tanquinho de partida a frio. Para reduzir aspereza, ruídos e vibrações há eixos contrarrotantes. A caixa automática de seis marchas tem opção de troca manual por meio da alavanca e pelas aletas no volante. Essas são suaves e sem trancos tanto no modo manual quanto no automático. É desprovida de qualquer tipo de função. Nada de tecla Sport ou para piso escorregadio. Porém, manualmente é possível diminuir a velocidade na descida engrenando marcha reduzida para poupar freio.
Coluna de direção, com regulagens de altura e de distância, e a regulagem manual de altura do banco contribuem encontrar a melhor posição de dirigir. Volante com comandos de telefonia, som e controle de velocidade tem boa pega e é revestido com material que evita deslizamento das mãos. A direção tem assistência elétrica e está bem calibrada, sendo firme em alta e leve em manobras. Tem ainda o torque de viragem ativo, que indica o lado correto de virar o volante na perda de aderência. A direção perde assistência para o lado errado ficando pesada, e induzindo o motorista a virar para o outro. A partida é por meio de botão em vez de chave, que pode ficar no bolso. Entra-se no carro também sem as chaves. Basta acionar a maçaneta.
A suspensão é independente também na traseira, com braços laterais e transversais, proporcionando rodar mais suave. O senão são as rodas enormes aro 18 que provocam desconforto em piso irregular. O conjunto roda/pneu sobe e desce forte transferindo a oscilação lateral aos ocupantes, que chacoalham. A estabilidade é boa para um SUV alto e não prega susto. No limite de aderência entram em ação diversos controles eletrônicos atuando no freio e motor. Freios são eficientes e a frente abaixa bem na frenagem de emergência.
O Compass é confortável, agradável de dirigir. Boa visibilidade, exceto ¾ traseira, e nas manobras a imagem de ótima definição da câmera de ré ajuda muito. Faróis iluminam bem. O diâmetro de giro de 11, 3 metros é grande, o que torna a manobra mais demorada. O desempenho satisfaz tanto nas acelerações quanto nas retomadas. O consumo depende da maneira de dirigir. Se acelerar forte, o motor 2.0 aspirado vira assíduo no posto. Para reduzir consumo, tem sistema stop&start, além de alternador e bomba de combustível que trabalham sob demanda, reduzindo consumo em 11%, segundo a Jeep. Mesmo assim é preciso combustível para tirar mais de 1.500 quilos da inércia. Os 60 litros do tanque garantem autonomia razoável.
O Compass traz de série assistente de partida em rampa, câmera de ré, monitoramento de pressão de pneus e controle de estabilidade, que inclui sistemas eletrônicos anti-capotamento, oscilação de reboque, alem de recursos de frenagem, como o que aproxima as pastilhas do disco para frear mais rápido e do pânico, que aplica força máxima no pedal. Garantia de três anos e preço sugerido de R$ 114.900. Com todos os opcionais, R$ 127.890. Entre os opcionais: teto panorâmico, airbags laterais dianteiros, de cortina e de joelho para motorista, acendimento automático de farol, sensor de chuva, farol de xênon, som Premium etc.
Os SUVs podem não precisam ter atributos para o fora de estrada desde que passaram a fazer parte do cenário urbano.
Galeria de Imagens:
Ficha técnica do Jeep Compass 2.0 flex Longitude 4×2
Motor – de quatro cilindros linha, flex, 1.995 cm³ de cilindrada, com potências de 166 cv (álcool) a 6.000 rpm e 159 cv (gasolina) a 6.000 rpm e torques máximos de 20,5 kgfm (álcool) a 4.000 rpm e 19,9 kgfm (gasolina) a 4.000 rpm
Transmissão – tração dianteira e câmbio automático de seis marchas
Direção – tipo pinhão e cremalheira, com assistência elétrica
Freios – disco ventilado na dianteira, e sólido na traseira
Suspensão – dianteira, McPherson, com barra estabilizadora; traseira, McPherson com braços laterais/transversais e barra estabilizadora
Capacidades – ângulo de entrada, 16,2 graus; de saída, 31 graus; altura do solo, 21 centímetros; tanque de combustível, 60 litros; carga útil (passageiros + bagagem), 400 kg; porta-malas, 410 litros
Rodas/pneus – 7×18”de liga de alumínio/225/55R18
Peso – 1.546 kg
Dimensões (metro) – comprimento, 4,41; largura, 1,81; altura, 1,63; distância entre-eixos, 2,64