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A Bela e a Fera da Nissan.

  • Letícia Bonjorno, jovem designer do estúdio de design no Rio de Janeiro, desenvolveu os materiais e cores da Frontier Attack Concept, apresentada no Salão de Buenos Aires e apelidada de “The Beast” (A Fera)

O elogiado design da Frontier Attack Concept, que foi apresentada mundialmente no Salão de Buenos Aires, em junho, e é apelidada de “The Beast” (A Fera), tem muito do trabalho de uma Bela: Letícia Bonjorno. A designer paulista de 26 anos, integrante da equipe do Nissan Design America Rio (NDA-R), foi responsável pelo desenvolvimento das partes de acabamentos e cores interno e externo do veículo – essa área do design automotivo é conhecida como “Color & Trim”. A dupla é “A Bela e a Fera” da Nissan.

A Frontier Attack Concept foi apelidada pelos designers da Nissan de “The Beast” por conta do seu desenho agressivo ressaltado pelos pneus consideravelmente mais largos. Essa robustez, no entanto, ganhou elegância com o acabamento delicado e de bom gosto criado por Letícia: “Esse carro é praticamente todo um trabalho de “Color & Trim”, pois não houve mudanças estruturais ou de desenho fortes no carro de produção. É um exemplo do que pode ser feito com materiais certos e bom gosto para modificar completamente um veículo”, explica.

A sensibilidade feminina levou Letícia a pensar em tecidos na cor preta como base para os bancos e outras áreas sem muita diversidade de cores, cujo objetivo era deixar o interior atraente e elegante. Alguns toques sutis ressaltam isso, como o vermelho combinando com o exterior da costura dos bancos e portas; iluminação dos botões do painel e volante; saídas de ar e molduras do console central; além dos cromados e detalhes em cinza no painel central e assentos. O encosto dos bancos dianteiros traz o logotipo “Attack” emborrachado.

No exterior, Letícia manteve o instinto provocativo e intenso do carro com os tons fortes (vermelho brilhante e preto cromado). “A ideia era fazer um carro com cores fortes que passassem essa ideia de algo robusto e extremo, mas ao mesmo tempo tivesse um certo cuidado com os detalhes, pois um carro pode ser bruto e também ter detalhes que fortalecem essa ideia”, diz a designer.

Letícia acredita que é sempre importante entender o DNA do carro e a sua linguagem para poder trabalhar e, assim, não fazer algo que seja para o público alvo de outro carro. “E para ficar não ficar parecido com o anterior sempre penso: ‘Se alguém vir esse carro, vai reconhecer que ele está diferente?’. Afinal, o mais importante é o consumidor final ver a diferença quando o carro estiver na rua”, completa.

Para Robert Bauer, designer-chefe do Nissan Design America Rio (NDA-R), o trabalho de Letícia na Frontier Attack Concept – o primeiro dela na empresa, onde está desde o início deste ano – foi excelente. “Quando recebemos a tarefa de transformar a Frontier na versão Attack, sabíamos que seria um grande desafio. É uma picape muito resistente, robusta e refinada. Queríamos um estilo ‘malvado’, agressivo e tipo lutador de UFC!”, explica. “Como praticante de jiu-jitsu, Leticia conseguiu ‘domesticar’ a ‘besta’ com seu talento excepcional e trouxe a verdadeira alma da Frontier. E todos da equipe apelidaram o conceito de ‘The Beast'”, finaliza.

Paixão pela arte

O envolvimento com a arte vem desde a infância de Letícia. “Desde que me conheço como gente, eu faço ‘arte’: sempre desenhei, mexi com argila e pintei”, conta. Assim, na hora de escolher a faculdade, não havia outra opção além do design. A jovem conta que nunca pensou em atuar na área automotiva, mas se envolveu com o assunto com colegas da faculdade e ao entrar em um estágio em uma empresa da área. Na Nissan desde o início deste ano, Letícia é a única mulher de uma equipe de cinco pessoas. Para ela, a área automotiva é majoritariamente masculina e a mulher tem de mostrar um pouco a mais do que é capaz para conseguir certo reconhecimento. “Mas é algo da cultura da área e de antigamente, que, felizmente, está mudando”.

O estúdio da Nissan no Rio

Localizado na sede da Nissan do Brasil no centro do Rio de Janeiro, o estúdio satélite de design da marca foi inaugurado em agosto de 2014. Batizado de Nissan Design America Rio (NDA-R) o estúdio é responsável pela avaliação de tendências, materiais e estilo, além de buscar recursos e designers talentosos no país.

O Nissan Design America Rio é liderado por Robert Bauer, que conta com profissionais brasileiros. Como os produtos da Nissan são feitos de forma colaborativa pelas equipes globais da empresa, a abertura do NDA-R aproxima ainda mais os gostos e anseios dos brasileiros aos projetos da marca. Assim, o estúdio satélite brasileiro se soma aos outros centros da empresa presentes em cidades estratégicas pelo mundo, como Londres, Pequim e San Diego. Mundialmente, a equipe é liderada por Alfredo Albaisa, vice-presidente sênior e responsável pelo design da Nissan em todo o mundo, que fica baseado na sede do design da Nissan, localizada na cidade de Atsugi, no Japão.

Frontier Attack

A Nissan decidiu revolucionar a estética da pick-up Frontier introduzindo uma atitude provocativa e desafiadora com a nova Frontier Attack. Ela é radical por todos os ângulos e foi projetada para lidar com as estruturas estabelecidas. O novo conceito é 40 mm mais alto em relação à versão anterior e o teto e os pneus são consideravelmente mais largos, o que levou os designers a chamá-la de ´The Beast´.

A Frontier Attack Concept foi inspirada pelos fãs latinos do ´off-road´ e especialmente desenhada para as estradas desafiadoras da América Latina. O exterior não deixa dúvidas do seu instinto provocativo e intenso, e se destaca pelos tons fortes (vermelho brilhante e preto cromado). Ela também apresenta faróis de máscara negra, estribos, barras de colisão e rack para mala com o nome do modelo, além de espelhos na cor cinza. O nome da versão ainda é visto nas laterais, nos pneus de aro 16 e no para-choque traseiro cromado.

O interior também tem um toque cromado e detalhes em cinza no painel central e assentos, e volante com acabamento em vermelho. Em relação ao tamanho, a nova pick-up é 40 mm mais alta do que a Frontier tradicional, o que junto com os assentos e o teto mais largos, a torna uma das pick-ups mais imponentes do mercado.

O conceito Frontier Attack, assim como a pick-up Frontier, mantém a motorização 2.3l a diesel, com 190 CV e 450 NM de torque, associada a uma caixa de marcha de 6 velocidades, e suspensão traseira 5-link com eixo rígido, única no segmento de pick-ups médias. Destaca-se a eficiência e o equilíbrio do motor 2.3l em relação à cilindrada, potência e torque. Ele atinge um torque máximo em baixa rotação, tornando-se uma excelente opção no mercado. O torque máximo fica entre 1.500 e 2.500 RPM.

A Nissan Argentina se prepara para se tornar uma fabricante de automóveis local, com a produção da pick-up Frontier em 2018, em Santa Izabel, na província de Córdoba. O investimento total do projeto é de US$ 600 milhões e vai gerar a criação de 1.000 novas vagas de emprego. Com esse projeto, a Argentina vai se juntar às demais fábricas que produzem a Nissan Frontier ao redor do mundo, a da Tailândia, do México e da Espanha.

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