ANEF aponta retração de 13,3% do financiamento de veículos em 2015.
- O total de recursos liberados caiu 17,3% no acumulado de 12 meses
- Inadimplência subiu em relação ao ano anterior, atingindo 6,1% dos contratos de pessoa física e 4,5% para pessoa jurídica
O financiamento de veículos novos, em 2015, acompanhou o fraco desempenho da economia. O balanço consolidado pela ANEF, entidade que representa os bancos de montadoras, registrou queda de 13,3% do saldo das carteiras (CDC e Leasing). Na visão da entidade, o cenário econômico do ano passado impactou fortemente na concessão de crédito para o setor automotivo. Entre as modalidades de financiamento, houve redução de 12,7% nas carteiras de CDC, registrando saldo de R$ 177,2 bilhões em 12 meses.
O total de recursos liberados também segue em queda, acumulando retração de 17,3% no ano. Para o CDC, foram liberados R$ 88,9 bilhões, o que representa queda de 17,6% em um ano. A redução mais acentuada se refere aos recursos liberados para pessoa jurídica, que encolheu 24,8% no mesmo período.
Conforme as previsões da ANEF, a taxa de inadimplência voltou a subir de forma sistemática. O aumento dos atrasos acima de 90 dias nos contratos de pessoa física foi de 0,8 ponto percentual, alcançando 6,1% no período. No caso de pessoa jurídica, o crescimento é ainda mais expressivo, de 1,1 ponto percentual em relação a 2014, representando 4,5% dos contratos.
Em referência à inadimplência da carteira de CDC, foi registrado no período um aumento de 0,2 ponto percentual para pessoas físicas, totalizando 4,1%, enquanto o percentual na modalidade jurídica subiu 0,8 ponto percentual, chegando aos 4,9%.
Dentre as modalidades de pagamento para veículos e comerciais leves, o leasing manteve pouca expressividade em 2015, contando com apenas 2% de participação, ao passo que os financiamentos passaram a abranger 53% do mercado. O consórcio corresponde a 5% e os pagamentos à vista somaram 40% das compras realizadas no ano.
No segmento de caminhões e ônibus, a modalidade Finame registrou 66% de representatividade, seguido por pagamentos à vista com 16% e financiamentos com 15%. O leasing manteve apenas 1% de participação – mesmo nível desde 2013 – atrás da categoria de consórcio que segue a porcentagem de 2%, registrada anualmente desde 2008. Na venda de motocicletas, apenas foram registradas as modalidades de financiamento (33%), consórcio (35%) e compras à vista (33%).
Projeções
No que diz respeito às projeções para o ano de 2016, a ANEF acredita que o saldo de financiamento para autoveículos e motocicletas deve apresentar queda de 5,1%, com previsão para R$ 173,8 bilhões de reais. No mesmo mote, a expectativa de recursos liberados para o próximo ano ficou em R$ 87 bilhões de reais frente aos R$ 92 bilhões realizados em 2015, representando retração de 5,4%.
Taxas e prazos
Durante o período analisado, as taxas praticadas pelos bancos de montadoras continuam mais atraentes para o consumidor. Em relação a dezembro, a média oferecida foi de 1,77% ao mês e 23,43% ao ano, enquanto a taxa dos bancos independentes passou para 1,9% a.m. e 26% a.a. para pessoa física.
O prazo médio das concessões se manteve em 42 meses, mesmo número registrado entre o período de 2013 a 2015. Os planos máximos disponibilizados pelos bancos aos consumidores seguem em 60 meses.
Sobre a ANEF
Fundada em 1993, a ANEF representa as suas marcas associadas junto aos órgãos do governo, de entidades de classe e associações congêneres, divulga, esclarece e presta informações tanto à imprensa quanto aos consumidores em geral sobre as modalidades de financiamentos – CDC (Crédito Diretor ao Consumidor), Finame, Leasing e Consórcio –, nos segmentos automóveis, ônibus, caminhões e motocicletas. A entidade representa, hoje, 15 marcas e suas respectivas estruturas de serviços financeiros, incluindo bancos, empresas de arrendamento mercantil e administradoras de consórcios vinculados à indústria automotiva.