F3 Euro 2014 começa a tomar forma.
O ano de 2014 deve marcar um período de transição em algumas das principais categorias do mundo. No post anterior aqui no World of Motorsport, eu disse que a Toyota Racing Series dessa vez não conseguiu atrair os maiores nomes da F3 da Europa, ao contrário do que havia acontecido nas últimas duas temporadas.
Mas há uma explicação para isso. A própria F3 Europeia vai ver um período de mudança de geração nos próximos meses. Nos últimos dois anos, dá para dizer que a categoria foi um tanto previsível. Terceiro colocado em 2011, Daniel Juncadella renovou contrato com a Prema para o ano seguinte, quando conquistou a taça.
A mesma coisa aconteceu no ano passado. Vice-campeão do certame da FIA de 2012, Raffaele Marciello continuou com a escuderia italiana e terminou como campeão da temporada recém-finalizada.
É verdade que a ideia da Prema era manter essa linha sucessória, colocando Alex Lynn, terceiro em 2013, para ser o candidato ao título no ano que vem. Mas a ida do britânico para a Red Bull e a consequente mudança para a GP3, com a Carlin, deixou, ao menos por enquanto, o próximo campeonato em aberto.
Isso porque a Prema não tem um veterano para garantir resultados. Embora ainda não tenha anunciado oficialmente, o time italiano já acertou com Esteban Ocon (da Lotus) e Antonio Fuoco (da Academia da Ferrari), além do holandês Dennis van de Laar. As outras duas vagas, que já estiveram próximas de Lynn e Jake Dennis, neste momento parecem estar vaga.
Com o time italiano tendo alguns problemas para montar o plantel, quem pode se aproveitar é a Mücke. Após conquistar o vice-campeonato com Felix Rosenqvist, o time já anunciou Lucas Auer, sobrinho de Gerhard Berger, como substituto do sueco. Curiosamente, o austríaco vem justamente da Prema.
A Carlin, por sua vez, deverá contar com Jordan King e com os três pilotos do Sean GP, Sean Gelael, Antonio Giovinazzi e o recém-contratado Tom Blomqvist. Empresariado por Allan McNish, Harry Tincknell deve deixar a tradicional escuderia inglesa e fazer a transição para o endurance.
E o mercado de pilotos ainda teve alguma agitação no resto do grid. Felix Serralles trocou a Fortec pela West-Tec, onde vai se reunir com o engenheiro-mago Mick Kouros, enquanto Josh Hill já havia se aposentado. Eddie Cheever testou pela ADM da F3 Alemã, o que certamente significaria um passo atrás na carreira.
Nicholas Latifi ainda não anunciou os planos, mas não seria surpresa se o endinheirado piloto canadense terminasse na Prema ou na Carlin – na GP3 – graças ao aporte financeiro que tem. De resto, William Buller está de partida para a World Series by Renault, assim como Jann Mardenborough, embora o piloto da Nissan ainda possa aparecer na GP3.
Por fim, Roy Nissany deve continuar com a Mücke. Além disso, na surdina, a Fortec namora o atual campeão da F3 Alemã, Marvin Kirchhöfer, que também interessa à Russian Time na GP3. Por isso, ele pode acabar fazendo um programa duplo em 2014. A escuderia inglesa ainda testou Mitchell Gilbert e Tatiana Calderón.
E também não podemos esquecer que a Signature está de volta na equação no próximo campeonato. Contando com o apoio de fábrica da Renault, a escuderia já mirou Nyck de Vries, da McLaren, para 2014, mas a tendência no momento é que o garoto continue com a Koiranen na F-Renault.
Dos pilotos que terminaram no top-10 em 2013, Pipo Derani e Sven Müller não vão retornar à categoria no próximo ano. Enquanto o brasileiro já acertou a transferência para os Estados Unidos, onde vai disputar a Pro Mazda, o alemão garantiu uma bolsa da Porsche para integrar o time junior da escuderia.
Assim, apenas Rosenqvist e o veterano Alex Sims não anunciaram onde vão estar em 2014. Ao que pese o britânico ter contrato com a McLaren para competir em carros GT, o que deve inviabilizar a participação integral em algum campeonato de base. Para quem quiser vê-lo em ação, mais fácil esperar as últimas corridas do ano, quando ele surgir para salvar alguma equipe do fracasso e ainda tentar disputar o GP de Macau.