Associação dos Pilotos rejeita boicote à Pirelli por falhas nos pneus em Spa, mas diz: “Segurança é prioridade”.
Presidente da GPDA, Alex Wurz reitera necessidade de diálogo com a Pirelli e descartou qualquer possibilidade de boicote, como o que ocorreu no GP dos Estados Unidos de 2005, devido aos estouros dos pneus de Sebastian Vettel e Nico Rosberg em Spa-Francorchamps.
O fim de semana do GP da Bélgica foi marcado pelos estouros nos pneus de Nico Rosberg, no segundo treino livre, e de Sebastian Vettel, durante a corrida. Em comum, a falha no composto traseiro direito num circuito de alta velocidade, o que causou preocupação aos pilotos da F1. Vettel, particularmente, se mostrou furioso com o ocorrido e disse que o fato era inaceitável. Duas semanas depois de Spa-Francorchamps, o Mundial de F1 aporta no mais veloz circuito do calendário, Monza, sob a aura de preocupação com os pneus.
Mas às vésperas do GP da Itália, a Associação dos Pilotos da F1, a GPDA, deixou claro que não trabalha com a hipótese de boicote e que pretende manter o diálogo para garantir a maior prioridade do grupo: manter a segurança dos pilotos do grid.
Estamos longe de um cenário de boicote”, assegurou o austríaco em entrevista ao site norte-americano ‘Motorsport.com’. “Essas coisas têm acontecido com muitos fornecedores, não apenas a Pirelli. Tivemos a Michelin e a Bridgestone também, porque na F1 tudo tecnicamente está sempre em evolução, e as forças podem evoluir rapidamente nos pneus”, salientou.
“Há uma linha tênue entre desempenho e segurança, que todos nós aceitamos. Mas, então, de vez em quando temos de sentar e dizer: ‘Ok, onde estamos nesta linha? Será que acima ou abaixo?’ Temos de ter essa conversa construtiva”, afirmou Wurz, deixando claro que prefere adotar a via do diálogo para que problemas como os ocorridos em Spa não se repitam.
“Há um diálogo permanente, que é extremamente importante para a evolução do esporte, que é o intercâmbio entre o que os pilotos pensam, o que a Pirelli acha e qual o ponto de vista da FIA. Então, as conversas estão acontecendo, mas acho que, nessas situações, com algumas partes envolvidas, o melhor é manter os detalhes deste diálogo de forma privada, não quero dar detalhes agora. O que posso garantir é que cada uma dessas partes sempre coloca a segurança dos pilotos ao mais alto nível”, explicou.
“No que diz respeito às falhas do pneu, vimos dois em Spa, que podemos explicar. Um ainda está sob investigação. Mas na história da F1, vimos muitas falhas nos pneus. Não estamos culpando ninguém, só queremos saber como será o futuro e quais medidas serão tomadas. Isso ainda não foi decidido e, nesta fase, isso não está em negociação, quero adentrar nos detalhes sobre isso”, finalizou Wurz.