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Polo Automotivo JEEP inicia revolução em Pernambuco.

Revolução: assim o CEO mundial da Fiat Chrysler Automobiles, Sergio Marchionne, definiu a implantação do Polo Automotivo Jeep, em Goiana (PE). “Em todas as minhas experiências pelo mundo, é aqui em Pernambuco que vi acontecer a maior revolução. Ela começou há cinco anos, quando acreditamos que no meio de uma plantação de cana-de-açúcar fosse possível criar uma das fábricas mais competitivas do mundo. Esta revolução foi escrita, passo a passo, pelo povo daqui, por quem em Pernambuco nasceu e cresceu, e agora está mudando em profundidade este Estado”, destacou o executivo em seu discurso na cerimônia inauguração do complexo industrial, realizada hoje, com a presença da presidente da República, Dilma Rousseff, e do governador do Estado, Paulo Câmara.

O fio condutor da cerimônia foram os diversos depoimentos de funcionários do Polo Automotivo Jeep, que tiveram suas vidas revolucionadas após a chegada do empreendimento ao local. Adriano Damasio estava desempregado há seis meses e provia o sustendo da família catando caranguejo no mangue quando foi avisado por um amigo que a Jeep estava recrutando funcionários para a nova fábrica. Com apenas R$ 2 no bolso, usou o dinheiro para imprimir um currículo e entrou no processo seletivo. Selecionado, recebeu treinamento e hoje é líder de equipe na fábrica. Sua vida mudou: “hoje, acordo sonhando e durmo sonhando. Não tenho mais medo porque o medo é adversário dos sonhos”, diz.

A presidente da República, Dilma Rousseff, reafirmou seu compromisso com o desenvolvimento do Nordeste e, nesse sentido, destacou a importância do investimento feito pela empresa na região. “A FCA tem um longo histórico de investimentos no Brasil e já podemos considera-la brasileira”, ressaltou.

Estudo realizado pela consultoria Ceplan projeta que, em 2020, o Polo Automotivo Jeep vai contribuir com 6,5% do PIB de Pernambuco. Será uma curva ascendente, considerando que já em 2015, primeiro ano de operação, terá participação de 2,5% no conjunto de riquezas produzidas dentro do Estado. Tal geração de riquezas será feita predominantemente com o emprego de mão-de-obra local, o que significa que produzirá efeitos sociais positivos.

O investimento total superou os R$ 7 bilhões, dos quais R$ 3 bilhões na fábrica Jeep, R$ 2 bilhões no Parque de Fornecedores e o restante destinado a desenvolvimento de produtos e outros investimentos. A fábrica Jeep ocupa uma área construída de 260 mil metros quadrados e tem capacidade para produzir 250 mil veículos por ano. No perímetro fabril, ergue-se também o Parque de Fornecedores, um complexo de 12 edifícios, que abrigam 16 empresas responsáveis por 17 linhas de produtos. O Parque de Fornecedores ocupa uma área de 270 mil metros quadrados.

O empreendimento empregará até o final do ano mais de 9 mil trabalhadores, sendo 3,3 mil na planta Jeep, 4,9 mil no Parque de Fornecedores e 850 em serviços gerais. Deste contingente, 82% são nordestinos e 78%, pernambucanos.

No âmbito da estratégia da FCA, a planta reforça a presença do grupo no Brasil, agregando ao seu portfólio produtos de uma marca forte e em expansão, além de possibilitar a entrada no segmento de SUVs, de grande potencial de crescimento. Também será essencial para que a FCA alcance suas metas de expandir aceleradamente a presença global da marca Jeep.

Confira abaixo a íntegra dos discursos de Sergio Marchionne, CEO da FCA, e John Elkan, presidente do Conselho de Administração da FCA.

 

JOHN ELKAN

Bom dia! obrigado, Gloria, e obrigado, Jamile e Toninho, por sua carta, que contêm os desejos seus e de tantas crianças desta terra.

Para mim é uma honra e sobretudo uma grande emoção estar aqui hoje.

Antes de tudo por um motivo pessoal: passei importantes anos da minha infância no Brasil e sinto uma ligação particularmente viva e forte com esta magnífica terra.

Mas estou emocionado também por outro motivo.

De fato, hoje estamos celebrando o início de um novo capítulo da longa e rica história que liga o nosso Grupo a este País.

É uma história de sucesso de quase quarenta anos, crescendo junto com o Brasil e mantendo a liderança do mercado nacional. É também uma história de progresso, como demostra os mais de trinta mil homens e mulheres que, com seu trabalho, deram uma contribuição fundamental para industrializar  e tornar o Brasil um país mais moderno e forte.

Nestas quatro décadas, foram muitos os objetivos que alcançamos juntos. Somando nossos esforços aos das autoridades locais e nacionais, passo a passo percorremos um longo caminho. Construímos um modelo industrial responsável e respeitoso do território. Estreitamos ligações com as comunidades locais, dando vida a muitos projetos no campo do meio ambiente, da educação, da cultura e da formação para o trabalho. Investimos na paixão, na inteligência e na tenacidade deste País e agora… estamos prontos para ir além.

Graças à união da Fiat com a Chrysler, de fato, hoje estamos mais fortes, e sobretudo estamos prontos para lançar um novo grande desafio: concretizar aqui, em Pernambuco, o nosso maior projeto de desenvolvimento industrial, para fazer a Jeep crescer a um nível jamais alcançado em sua história.

É um projeto muito ambicioso, que não poderíamos ter começado sem o apoio e a determinação do Governo do Brasil e de Pernambuco. Conheço o esforço que este País está fazendo para levar o progresso econômico e o desenvolvimento social para todos os cantos do Brasil, para aqueles lugares onde, por anos, muitos brasileiros tiveram de enfrentar uma vida dura e áspera… uma vida Severina, para usar as palavras de João Cabral de Melo Neto, o grande poeta que nasceu muito próximo daqui, no Recife, e que melhor que qualquer outro soube falar desta terra e da sua gente.

Compartilhamos a visão de que é preciso difundir o progresso. Por isto, em nome da Fiat Chrysler Automobiles estou orgulhoso em poder dar a nossa contribuição, como confirmação da grande confiança que renovamos nas perspectivas do Brasil.  Daqui a pouco, junto a Sergio Marchionne e à Presidente Dilma Rousseff vamos inaugurar o Polo Automotivo Jeep.

E cada Jeep que sair das linhas de montagem levará para todo lugar o nome desta fábrica, e levará consigo também um desejo e uma esperança: a esperança de um País que está trabalhando para construir o seu futuro, para dar-lhe a forma que quiser, exatamente como o ferrageiro de Carmona de Cabral de Melo Neto:

“Domar o ferro à força,

não até uma flor já sabida,

mas ao que pode até ser flor

se flor parece a quem o diga”*

Grazie!

*de Morte e Vida Severina, João Cabral de Melo Neto (O ferrageiro de Carmona)

 

SERGIO MARCHIONNE

(O CEO da FCA foi chamado ao palco pela mestre de cerimônia Glória Maria, que o definiu como um líder de revoluções da indústria automobilística.)

Acabaram de me chamar de revolucionário, e eu tomo isso como um grande cumprimento.

Mas as verdadeiras revoluções não são feitas de cima para baixo. Começam pelas pessoas comuns, de sua vontade de resgate, de sua coragem para mudar as regras do jogo, de sua capacidade de transformar o ordinário em extraordinário.

Em todas as minhas experiências pelo mundo, é aqui em Pernambuco que vi acontecer a maior revolução.

Ela começou há cinco anos, quando acreditamos que no meio de uma plantação de cana-de-açúcar fosse possível criar uma das fábricas mais competitivas do mundo.

Então, esta revolução foi escrita, passo a passo, pelo povo daqui, por quem em Pernambuco nasceu e cresceu, e agora está mudando em profundidade este Estado.

É a revolução de quem nunca havia construído um carro em toda sua vida, mas possui um elemento muito mais precioso e forte que a experiência: a curiosidade e a vontade de aprender.

É a revolução de quem levanta de madrugada com um grande sonho – aquele de construir um futuro melhor para si e para sua família – e passa o resto do dia a realizá-lo.

E é a revolução de quem assume para si o empenho de mudar as coisas, de demonstrar que é sempre possível criar algo novo e melhor.

Quando eu ainda não conhecia Pernambuco, me contaram uma espécie de lenda. Falaram que as pessoas daqui pensam que seja o rio deles que criou o oceano.

Agora entendi o sentido daquela história.

Nessa atitude não existe arrogância, mas há o orgulho pela própria terra e pelo próprio trabalho.

Há a vontade de fazer as coisas e fazê-las bem.

Há a natureza autêntica e batalhadora de quem não se deixa dobrar pela dificuldade, mas vai adiante até conseguir o que quer.

Isso explica porque, quando saiu o primeiro Renegade da linha, o hino de Pernambuco surgiu espontaneamente nos lábios de todos.

Talvez vocês estivessem esperando um discurso diferente vindo do CEO da sétima maior fabricante mundial de carros.

Pensavam que eu falaria de quanto este polo industrial é importante para o desenvolvimento da Jeep como marca global e para alcançar o volume de 1,9 milhões de Jeeps vendidos no mundo até 2018.

Ou que eu falasse sobre o nível de qualidade e de tecnologia do complexo produtivo, além da eficiência e da flexibilidade da fábrica, que tornam este um modelo de excelência em todo o sistema FCA.

Ou talvez pensassem que eu lhes diria quanto o Brasil é crucial nos nossos planos de desenvolvimento internacional; e quanto nos sentimos honrados, por nosso lado, em poder contribuir para o crescimento econômico e social desta ampla área do País.

Isso é certamente verdadeiro. Não é por acaso que no dia 13 de outubro, dia do nascimento oficial da Fiat Chrysler Automobiles e da cotação na Bolsa de Nova York, a bandeira brasileira se abria ao vento sobre Wall Street.

Mas acredito que, como em todas as histórias de sucesso, são as pessoas que fazem a diferença.

Hoje não celebramos um complexo industrial, uma marca ou um produto.

Celebramos o espírito de Pernambuco e de sua gente.

Sem a presença deles, o nosso projeto, ainda que ambicioso, não teria sucesso.

Por isso eu queria agradecer, em nome de toda FCA, as pessoas que trabalham aqui – todos e cada um deles.

Obrigado pelo que fizeram até agora.

Obrigado por terem feito viver, em cada fase deste projeto, os seus valores morais, de honestidade e de transparência.

Obrigado também por terem trazido os valores sadios desta terra: a paixão, a determinação, o espírito de aventura e de sacrifício, a liberdade.

Com o seu exemplo – simples e autêntico – vocês são as melhores testemunhas do que significa o nome Jeep, que levam impresso no peito.

Antes de concluir, gostaria de acrescentar ainda uma coisa.

Gloria (Maria, mestre de cerimônia) dizia que estou me tornando um pouco brasileiro. Creio que tenha razão.

Passei os últimos 40 anos viajando e trabalhando pelo mundo, com empresas, pessoas e culturas diferentes.

Mas é verdade: amo o Brasil. Eu mesmo me sinto um pouco brasileiro.

Com o apoio de Casa Fiat de Cultura, adquiri vários quadros de artistas brasileiros, dentre os quais Guignard, de Paula e Cícero Dias, que nasceu aqui mesmo em Pernambuco.

Esta terra tem uma magia particular, tem a capacidade de colocar as pessoas em contato consigo mesmas, de fazê-las sentir-se em casa. Não há outro lugar no mundo que exerça o mesmo efeito sobre as pessoas.

Gostaria de mostrar um vídeo, que talvez expresse melhor que muitas palavras aquilo que quero dizer.

Vi este vídeo mais ou menos um ano e meio atrás pela primeira vez.

E fiquei totalmente arrepiado.

Naquele dia, eu assisti e assisti, sete vezes seguidas.

Não precisei de tradução porque é algo que chega direto no coração.

Este é o meu Brasil.

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