Montado no Brasil, BMW 320i será bi-combustível.
Sedã fabricado em Santa Catarina é equipado com motor 2.0 turbo de 184 cv e custa a partir de R$ 134.950.
A era dos carros bicombustíveis no Brasil teve início há pouco mais de uma década com o lançamento do Volkswagen Gol Total Flex 1.6. Essa tendência foi logo adotada pelas demais fabricantes de automóveis e, consequentemente, disseminada a praticamente todos os segmentos do mercado – inclusive a modelos importados da Argentina, México e China com o intuito de incrementar ou manter as vendas. No entanto, era quase impossível imaginar que carros do segmento de luxo também fossem entrar na onda de “beber álcool”.
Estimulada pelo bom desempenho apresentado pelo mercado brasileiro entre 2009 e 2013, a BMW (assim como as conterrâneas como Audi e Mercedes-Benz) tomou a decisão de produzir alguns de seus modelos no País. Mas quase um ano antes de iniciar as operações da fábrica de Araquari (SC), inaugurada no final de setembro de 2014, a marca revolucionou o cenário automotivo ao lançar o primeiro carro alemão dotado de tecnologia bicombustível. Além disso, o modelo foi pioneiro ao estrear uma motorização dotada de turbo e injeção direta capaz de consumir etanol e/ou gasolina.
Pelo menos até setembro deste ano, data em que os setores de estamparia, soldagem e pintura da fábrica estarão concluídos, os carros serão montados em regime CKD. As carrocerias, por enquanto, vêm montadas da Áustria.
Sob o capô, o 320i Active Flex leva o conhecido motor de quatro cilindros de 2.0 litros e 16 válvulas. Apesar da adoção da tecnologia flex, o propulsor manteve os mesmos 184 cv de potência e os 27,5 kgfm de torque a 1.250 rpm da variante movida apenas a gasolina. Por conta da injeção direta, que leva o combustível à câmara de combustão sob pressão elevada, a BMW pode eliminar o reservatório auxiliar de gasolina para a partida a frio. Caso seja identificada a presença de menos de 30% de gasolina no tanque de combustível, o sistema Start-Stop é automaticamente desativado.
Esteticamente, a única diferença presente no 320i Active Flex é o emblema alusivo à tecnologia bicombustível colada na tampa do porta-malas. O sedã ostenta um visual que combina a elegância esperada de um carro desse segmento com a esportividade característica dos BMW. Essa veia esportiva é reforçada pela frente baixa, definida pelo capô longo e os faróis afilados em volta da inconfundível grade dividida em dois elementos. O interior também não sofreu alterações. O acabamento é primoroso, como deve ser um carro dessa faixa de preço (parte de R$ 134.950 ainda sem o reajuste do IPI). Na cabine, motorista e passageiro dianteiro são recepcionados por bancos com regulagem elétrica e memória de posições, enquanto os demais ocupantes usufruem do sistema multimídia com Bluetooth, cuja qualidade do som merece destaque, e de alguns mimos, como saídas do ar-condicionado para quem viaja atrás. O banco traseiro, entretanto, é indicado apenas para duas pessoas, pois o túnel da transmissão limita consideravelmente o espaço para os pés do passageiro do meio.
O nível de equipamentos de série é bom, mas há alguns vacilos como as ausências de câmera de ré e teto solar (alguns carros mais baratos já contam com esses itens de série). Deixando isso de lado, o 320i Active Flex já sai de fábrica com ar-condicionado de duas zonas de resfriamento, direção elétrica, sensores de estacionamento, ganchos Isofix para a ancoragem de cadeirinhas infantis, rodas de liga leve de 17 polegadas, interior revestido em couro, faróis de xenônio com acendimento automático, sensor de chuva, entre outros. No quesito segurança, o sedã “germano-catarinense” oferece freios com ABS (anti-travamento), controles eletrônicos de estabilidade, tração e de frenagem em curvas (CBC), assistente de partida em rampas e seis airbags (frontais, laterais e cortina).
320I ACTIVE FLEX
Cidade
|
Estrada
|
0 a 100 km/h
|
|
---|---|---|---|
Etanol | 6,3 km/l | 12,1 km/l | 7,3 segundos |
Gasolina | 8,1 km/l | 15,7 km/l | 7,5 segundos |