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E se a Fórmula 1 tivesse três Ferraris?

E Mercedes, McLarens e Red Bulls. É isso que está em cima da mesa, caso desistam várias equipas. Que tal um Campeonato do Mundo de Fórmula 1 com apenas oito escuderias e cada uma com três carros?

Se as mudanças nas regras da Fórmula 1 roubaram alguma magia, potência e barulho, os adeptos da modalidade podem começar a esfregar as mãos porque está em cima da mesa uma ideia que trará, em princípio, mais interesse à competição. Bernie Ecclestone, o “patrão” da F1, admitiu que o futuro pode passar por apenas oito equipas — atualmente são 11 — e três carros para cada,conta o Guardian.

“Saberemos depois de duas, três corridas. Sempre esteve em cima da mesa que se perdêssemos mais de três equipas pensaríamos em três carros por equipa”, admitiu. E continuou: “Penso que o deveríamos fazer de qualquer forma. Eu preferia ver a Ferrari com três carros, ou outra equipa de topo com três carros, do que ter equipas a lutar para resistir.”

Segundo o diário inglês, as equipas mais modestas como Marussia e Caterham poderão ter os dias contados. A Sauber e a Lotus também estarão a lutar para encontrar um modelo que os permita resistir. Mas até para os grandes — Ferrari, Mercedes, Red Bull e McLaren — os tempos mudaram: nunca foi tão complicado gerir uma equipa na F1.

Mas há o reverso da medalha. Ou poderá haver. “É muito trabalho para as equipas. Se um carro for muito forte no próximo ano, podemos não ver outros carros no pódio, o que não é bom”, disse Jenson Button, campeão do mundo em 2009, na quinta-feira. “Sempre tivemos equipas mais pequenas. É bom tê-los, há muitas personalidades. Óbvio que seria bom se eles não tivessem problemas em resistir [na F1] e que pudessem ser mais competitivos. Mas sempre foi assim na Fórmula 1?, explicou.

Outra novidade avançada por Ecclestone tem que ver com a regra dos pontos da última corrida — Abu Dhabi — valerem a dobrar. É provável que tenha só um ano de vida e acabe já no final deste Mundial.

Mas há mais mudanças: as equipas que deem indicações via rádio serão banidas. A vida não ficará nada fácil para os pilotos. Felipe Massa, o piloto brasileiro da Williams, mostrou-se preocupado com a decisão. “Para mim, tem alguma piada que façam uma mudança deste tipo neste momento. Não é o momento certo. Talvez mudem porque falam demasiado com os antigos pilotos”, começou por dizer. “Em certas áreas penso que está bem. Se a equipa diz para não usares demasiado os pneus na curva 5 porque estás a usá-los mais em comparação com o teu companheiro de equipa, está certo não dizer-se isso. Isso não é o problema. Mas há tantas coisas que fazemos no carro, que se não o fizermos talvez acabaremos por aquecer demasiado os travões traseiros porque a temperatura está muito alta, e depois temos um incêndio no carro. Talvez possamos ter um grande acidente.”

E continuou: “Vimos situações como a do Lewis [Hamilton], que teve um incêndio no carro — pode acontecer aquilo muita vezes se não tivermos as definições certas”, admitiu. Mas Hamilton, piloto da Mercedes, já piscou o olho às novas alterações. “Estou entusiasmado com o novo desafio. É como voltar aos meus tempos nos karts“, afirmou. “(…) Vamos ter de lembrar coisas sem que nos digam — é o grande desafio. Significa que há mais bolas no ar e temos de as apanhar, e já estamos a apanhar muitas”, disse o britânico que segue na segunda posição do Mundial, com 216 pontos, só atrás do colega Nico Rosberg (238).

Segue-se o Grande Prémio de Singapura, a única corrida do circuito a decorrer durante a noite.

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