GM define os 930 operários com contratos suspensos em São José

A General Motors comunicou nesta segunda-feira (1°) ao Sindicato dos Metalúrgicos e Ministério do Trabalho a relação dos 930 trabalhadores que terão seus contratos de trabalho suspensos na unidade de São José dos Campos, no interior de São Paulo, a partir da próxima segunda-feira (8). Além da divulgação dos nomes, a empresa também liberou os funcionários das atividades nesta semana para que providenciem a documentação necessária para a medida.

A proposta de suspensão dos contratos – layoff – foi aprovada na última terça-feira (26) pelos empregados após duas assembleias. A suspensão terá início no dia 8 de setembro e tem previsão de durar cinco meses. Assim, os funcionários escolhidos pela empresa só devem retornar ao trabalho em fevereiro de 2015.

Segundo o sindicato, todos os setores da montadora foram afetados e a lista de funcionários com contratos suspensos inclui, principalmente, lesionados e trabalhadores em pré-aposentadoria. Segundo a entidade, nenhum turno será fechado. Não foram divulgados números sobre o volume de produção durante o período.

O acordo prevê estabilidade no emprego aos trabalhadores afetados por seis meses após o retorno. Durante o layoff, os funcionários também receberão os salários integralmente, sendo que parte é paga pelo Fundo de Amparo ao Trabalhador e o complemento pela empresa.

A unidade em São José conta atualmente com cerca de cinco mil empregados, responsáveis pela produção da Trailblazer, S10, além de motores, transmissões e kits para exportação.

A GM foi procurada, mas informou que “não detalha dados estratégicos da empresa”.

Mesmo resistindo incialmente à adoção do layoff, o Sindicato dos Metalúrgicos se colocou a favor da suspensão dos contratos após a montadora atender as reivindicações que já haviam sido feitas pela categoria. Antes da proposta final, a empresa e a entidade se reuniram em duas oportunidades para discutir o layoff na planta da cidade.

Desde julho de 2012, a fábrica da GM em São José dos Campos passa por uma crise com mais de 1.000 demissões, que aconteceram em decorrência da redução do volume de produção e posterior fechamento do setor de Montagem de Veículos Automotores (MVA), uma das oito fábricas do complexo.

Em março de 2013, após o retorno dos trabalhadores incluídos em um primeiro layoff, 598 funcionários foram demitidos. O setor reduziu a produção ao longo do ano e em dezembro encerrou definitivamente as atividades, demitindo outros 687 empregados. Somente no ano passado, foram fechados mais de 1,2 mil postos de trabalho no complexo industrial de São José.