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Fórmula 1 – Os 40 anos da Renault na categoria e seus títulos.

Entre alegrias e algumas tristezas, a segunda década da história da Renault na F1 é, sobretudo, marcada pela entrada no muito restrito número de fabricantes com o estatuto de Campeões do Mundo. Só entre 1988 e 1997, a Renault conquistou 10 títulos (pilotos e construtores) e 74 vitórias em Grandes Prémios, com pilotos como Alain Prost, Damon Hill, Jacques Villeneuve, Michael Schumacher e Nigel Mansell.

1988: O motor RS1 é colocado a funcionar no banco de ensaios, pela primeira vez, em 30 de janeiro de 1988. Trata-se de um 10 cilindros em V a 67°. A Renault-Sport envida todos os esforços para motorizar uma equipe de ponta e, enquanto decorrem os testes, celebra um acordo com a equipa Williams.

1989: Com os chassis Williams FW12C e FW13, os motores Renault RS1 dão grande satisfação aos dois pilotos, o italiano Riccardo Patrese e o belga Thierry Boutsen. Logo no primeiro grande prêmio da temporada, no Brasil, há um Williams-Renault na 1.a linha do grid. A primeira temporada revela-se profícua, com duas vitórias e uma “pole position”. Patrese fica em 3.o lugar no mundial de pilotos, enquanto Boutsen garante duas vitórias. Para a Renault-Sport, a aposta do retorno à F1 está ganha; a Williams-Renault termina no 2.º lugar da classificação de construtores de F1. Vitórias do motor Renault com a Williams no Canadá e na Austrália.

Riccardo Patrese: Nascido a 17 de abril de 1954. Italiano. Patrese foi durante muito tempo o detentor do recorde de longevidade na F1, com 256 grandes prémios disputados. Alcançou seis vitórias na carreira, das quais quatro com o Williams-Renault.

1990

O motor RS2 integra-se ainda melhor no chassis Williams FW13B, graças a uma redução das suas dimensões: menos 4,8 cm de comprimento, menos 1,5 cm de altura e 2 quilos mais leve. Apesar destas evoluções, a temporada revela-se difícil para Patrese e Boutsen, não apenas pelo domínio evidenciado pela McLaren-Honda, mas também pelos progressos feitos pela Ferrari e Benetton-Ford. Vitórias do motor Renault com a Williams em São Marino e na Hungria.

Thierry Boutsen: Nascido a 13 de julho de 1957, belga. Um piloto muito persistente, mas também muito discreto. Passou dois anos da carreira na Williams-Renault e com a equipe alcançou as três vitórias na F1 que compõem o seu palmarés.

1991

Na Williams, Nigel Mansell substitui Thierry Boutsen ao volante do FW14. Mais evoluções no motor Renault, o RS3, que fica ainda 1,4 cm mais baixo e 2 kg mais leve do que o RS2. Desde o RS1, a potência passou de 650 para 700 CV, com um regime de 12 500 rpm. A Williams-Renault volta a ocupar o 2º lugar da classificação de construtores, a poucos pontos da McLaren-Honda. Mansell fica em 2º no mundial, atrás de Senna, graças a cinco vitórias, enquanto Patrese alcança duas vitórias. Vitórias do motor Renault com a Williams no México, França, Grã-Bretanha, Alemanha, Itália, Portugal, Espanha.

1992

Uma ótima colheita. Uma temporada fabulosa para a Williams e para a Renault, com o casamento do chassis FW14B e dos motores RS3C e RS4. O Williams é uma joia da tecnologia, com a suspensão ativa e a caixa de velocidades com comando semiautomático. O motor RS4, com dimensões inalteradas em relação ao RS3, desenvolve 750 CV a cerca de 13 000 rpm. Patrese alcança uma vitória, mas Mansell acumula nove e torna-se campeão do mundo na Hungria, o 11º dos 16 grandes prêmios da temporada. A Williams-Renault faz a “dobradinha” no mundial de pilotos e conquista o título de construtores. A Renault-Sport equipa também os Ligier pilotados por Erik Comas e Thierry Boutsen. Vitórias do motor Renault com a Williams na África do Sul, México, Brasil, Espanha, São Marino, França, Grã-Bretanha, Alemanha, Portugal e Japão. “Dobradinha” dos Williams-Renault no mundial de Pilotos, Williams-Renault campeã mundial de Construtores de F1.

Nigel Mansell: Nascido a 8 de agosto de 1953, britânico, passou a maior parte da carreira na Lotus, na Ferrari e na Williams. Enzo Ferrari dizia que ele era um “garibaldino”, ou seja, um lutador persistente. Mansell alcançou 31 vitórias na F1, das quais 28 com a equipe Williams.

1993

Um segundo ano excelente na Williams-Renault, com a chegada do triplo campeão do mundo Alain Prost. Dez anos mais tarde, Prost reata com a Renault. Muito elaborado, o chassis Williams FW15C integra ainda mais tecnologia e Prost qualifica-o de “verdadeiro mini-Airbus”. O motor RS5 produz 770 CV às 13 600 rpm. Nesse ano, o motor Renault volta a equipar os Ligier, pilotados por Martin Brundle e Mark Blundell. Prost conquista sete vitórias que lhe dão o 4.º título mundial; o seu colega de equipe Damon Hill obtém três vitórias, pelo que os “Williams-Renault boys” sobem 22 vezes ao pódio. Vitórias do motor Renault com a Williams na África do Sul, São Marino, Espanha, Canadá, França, Grã-Bretanha, Alemanha, Hungria, Bélgica, Itália. A Williams-Renault ganha o mundial de Pilotos e o de Construtores de F1.

1994

O ano terrível. Damon Hill termina no 2.º lugar do campeonato do mundo, a um ponto de Michael Schumacher. Hill soma seis vitórias ao volante dos Williams FW16 e 16B, equipados com o Renault RS6, que atinge quase as 14 500 rpm no regime máximo. Mas o mundo inteiro não esquece Ayrton Senna, que morreu no circuito de Imola, aquando do Grande Prêmio de São Marino. Senna obteve as suas três últimas “pole positions” com a Williams-Renault. Após um período de luto, Senna é substituído por David Coulthard e depois por Nigel Mansell, que alcança uma última vitória para a Williams-Renault, na Austrália. Uma vitória sem alegria. Com a Ligier-Renault, os franceses Eric Bernard e Olivier Panis marcam treze pontos. Vitórias do motor Renault com a Williams em Espanha, Grã-Bretanha, Bélgica, Itália, Portugal, Japão e Austrália.

David Coulthard: Nascido a 27 de março de 1971, britânico. Não foi fácil para Coulthard chegar, em 1994, à Williams-Renault, para substituir Ayrton Senna. Esteve à altura, mas teve de esperar por 1995, sempre na equipe Williams-Renault, para alcançar a primeira vitória na F1, no Estoril, em Portugal.

1995

O regulamento da F1 muda: a cilindrada dos motores é reduzida para três litros, com consumo e abastecimentos livres. O primeiro três litros foi posto a funcionar no banco, em Viry-Châtillon, a 25 de novembro de 1994. O motor Renault assume o estatuto de referência da F1, ao dominar Ferrari, Mercedes, Honda, Peugeot e Ford. O “clã” Williams teve de aceitar partilhá-lo com outra escuderia, a do campeão mundial em título, Michael Schumacher, que corre pela Benetton. Campeão com a Benetton-Ford, em 1994, Schumacher torna-se campeão, em 1995, com o Benetton B195 e o motor Renault RS7. Um bloco mais leve, mas que desenvolve a mesma potência do que o seu antecessor e que domina a temporada com os Benetton B195 e os Williams F17 e 17B. Em dezassete grandes prémios, Schumacher vence nove e, o colega de equipe, Johnny Herbert, um. Nos Williams, Damon Hill consegue quatro vitórias e David Coulthard uma. Jean Alesi conseguiu uma vitória para a Ferrari. Schumacher, Hill, Coulthard, Herbert, eis a ordem do topo da classificação do mundial. A Benetton-Renault fica à frente da Williams-Renault na classificação de construtores. Vitórias do motor Renault com a Benetton no Brasil, Espanha, Mônaco, França, Grã-Bretanha, Alemanha, Bélgica, Itália, Europa, Pacífico e Japão. Vitórias do motor Renault com a Williams na Argentina, São Marino, Hungria, Portugal e Austrália. A Benetton-Renault ganha o mundial de Pilotos e o de Construtores de F1 à Williams-Renault.

Michael Schumacher: Nascido a 3 de janeiro de 1969, alemão. Ainda hoje é o piloto com mais títulos da história da F1: sete títulos mundiais, um com a Benetton-Ford (em 1994), um com a Benetton-Renault (em 1995) e cinco com a Ferrari (de 2000 a 2004). Detém o recorde do número de vitórias, 91 no total, conseguidas em 306 Grandes Prêmios.

Johnny Herbert: Nascido a 25 de junho de 1964, britânico. Pilotou para várias equipas como titular ou substituto de luxo, mas a melhor temporada é, incontestavelmente, a de 1995, onde obteve duas das três vitórias da carreira com a Benetton-Renault.

1996

Muitas mudanças nas equipes motorizadas pela Renault: na Williams, Damon Hill tem um novo colega de equipa, o canadiano Jacques Villeneuve; na Benetton, Schumacher e Herbert são substituídos por duas das figuras mais populares da F1, Jean Alesi e Gerhard Berger. Chassis FW18 para a Williams, B 196 para a Benetton, motor Renault RS8, sempre em V a 67°, 3,5 kg mais leve, e que desenvolve 760 CV às 14 500 rpm. Os Williams fazem uma verdadeira razia alcançando doze vitórias em dezasseis grandes prêmios. Damon Hill é campeão mundial com oito vitórias. Quanto a Villeneuve, este consegue quatro vitórias para o seu início de carreira na F1. Na Benetton, Alesi é 4.º na classificação mundial e Berger, 6.º. Vitórias do motor Renault com a Williams na Austrália, Brasil, Argentina, Europa, São Marino, Canadá, França, Grã-Bretanha, Alemanha, Hungria, Portugal e Japão. A Williams-Renault faz uma “dobradinha” no mundial de Pilotos e vence o de Construtores de F1.

Damon Hill: Nascido a 17 de setembro de 1960, britânico. É filho do bicampeão mundial Graham Hill (1962, 1968). Paciente e obstinado, Damon Hill demonstrou toda a sua coragem segurando as rédeas da equipe Williams-Renault após o acidente de Senna. Alcançou 22 vitórias em grandes prémios, das quais 21 com a Williams-Renault.

1997

Mudança de pilotos na Williams-Renault: Heinz-Harald Frentzen substitui Hill ao lado de Villeneuve. Nenhuma mudança na Benetton. Chassis FW19 para a Williams, B197 para a Benetton. A principal novidade vem da Renault-Sport, com um RS9 totalmente novo. O ângulo do V dos 10 cilindros passa para 71°. O motor é 2,5 cm mais baixo e, acima de tudo, é 11 quilos mais leve, passando para os 121 kg. A potência é de 760 CV às 14 600 rpm. Villeneuve ganha sete Grandes Prémios e o título mundial. Frentzen impõe-se apenas uma vez. Os Williams-Renault conquistam também o mundial de Construtores e a Benetton-Renault termina em 3.º lugar na classificação mundial. Vitórias do motor Renault com a Williams no Brasil, Argentina, São Marino, Espanha, Grã-Bretanha, Hungria, Áustria e Luxemburgo. “Dobradinha” dos pilotos Williams-Renault no campeonato do mundo, a Williams-Renault é campeã mundial dos Construtores de F1.

Jacques Villeneuve: Nascido a 9 de abril de 1967, canadiano. É filho de uma figura tutelar da Fórmula 1, Gilles Villeneuve, que morreu em 1982 ao volante de um Ferrari. Jacques teve uma carreira pouco clássica. É um dos três raros pilotos a entrar para a F1, após várias vitórias na Fórmula Indy, nomeadamente, nas 500 Milhas de Indianápolis. Alcançou 11 vitórias em grandes prémios, todas elas com a Williams-Renault.

Heinz-Harald Frentzen: Nascido a 18 de maio de 1955, alemão. Vindo das provas de Resistência, Frentzen demonstrou na Williams-Renault qualidades de corredor de fundo. Mas não era fácil para ele mostrar-se como rival de Villeneuve.

1998

É uma equipe Renault com sentimentos divididos que deixa o circuito de Jerez, no fim de tarde, do último Grande Prêmio de 1997. Villeneuve, Williams e a Renault são campeões mundiais, mas a Renault anuncia a saída da F1. Mas como deixar no museu um motor tão competitivo como o RS9? Parceiro de longa data da Renault, o grupo industrial Mécachrome recupera o RS9 e com o seu nome próprio equipa os Williams FW20 de Villeneuve e Frentzen. Este mesmo RS9 usa o nome Playlife nos Benetton B198 de Giancarlo Fisichella e Alexander Wurz, mas os dois projetos não conquistam nenhuma vitória. Entretanto, a Renault-Sport cria a segunda célula de acompanhamento da sua história.

1999

Nova designação para o RS9 que, de Mécachrome, passa a designar-se Supertec. Nova temporada sem grandes resultados, apesar do envolvimento com três equipes: Benetton-Playlife B199 para os mesmos pilotos do ano anterior, Williams-Supertec FW21 para Ralf Schumacher e Alessandro Zanardi, e Bar-Supertec para Jacques Villeneuve e Ricardo Zonta.

2000

Participação reduzida sob a designação Supertec, num chassis Arrows A21 pilotado por Pedro de la Rosa e Jos Verstappen e, sob a designação Playlife, num chassis Benetton B200 para Fisichella e Wurz. Uma nova temporada sem vitórias. Mas a grande novidade do ano está nas conversações entre a Benetton e a Renault. A Renault traça um plano de regresso à F1, com o seu próprio chassis e motor. A aquisição das instalações da equipe Benetton será concretizada no verão.

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